Bloomberg — O Hamas concordou em liberar 50 reféns de Gaza em troca por uma pausa de quatro dias na guerra com Israel e a libertação de 150 prisioneiros palestinos.
Embora o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tenha dito que a guerra continuará até que o Hamas seja destruído como uma organização, esta será a primeira pausa significativa nos combates desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, quando membros do Hamas atacaram Israel.
O Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, disse que haverá uma “pausa de todas as operações militares” em Gaza durante os quatro dias.
Israel interromperá os ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza e deixará de voar drones de inteligência sobre o norte, onde a maioria de suas forças terrestres está localizada, por seis horas diárias.
Além disso, mais ajuda será enviada para Gaza do Egito, o que autoridades palestinas e as Nações Unidas afirmam ser necessário para amenizar um desastre humanitário.
A pausa, promovida pelos Estados Unidos e seus aliados, deverá começar no início da manhã de quinta-feira (23), após o público israelense ter a oportunidade de apelar nos tribunais contra a libertação dos prisioneiros. O gabinete de Israel já aprovou o acordo, e não se espera que seja interrompido por disputas legais.
Os mercados financeiros mostraram pouca reação imediata ao acordo, que foi sinalizado dias atrás.
O ouro e o petróleo, as duas commodities mais impactadas quando o conflito começou, permaneceram em grande parte estáveis nesta quarta-feira (22).
O prêmio de risco de guerra para esses ativos evaporou-se neste mês, principalmente porque os traders estão cada vez mais otimistas de que o conflito será em grande parte contido em Gaza e que o Hezbollah, milícia apoiada pelo Irã e baseada no Líbano, se absterá de um grande ataque a Israel.
O shekel israelense também recuperou todas as suas pesadas perdas das primeiras três semanas da guerra.
“A questão é o que acontecerá daqui para frente”, disse Ori Greenfeld, estrategista-chefe da Psagot Investment House, sediada em Tel Aviv. “Os mercados estão procurando certeza a médio prazo, com perguntas como qual é a probabilidade de mais acordos desse tipo acontecerem - e especialmente por quanto tempo o conflito continua após ser retomado, bem como o que acontecerá em Gaza, eventualmente, quando a guerra acabar”.
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