Bloomberg — Israel e Hamas concordaram com um acordo de cessar-fogo, o que representa uma pausa pelo menos temporária na guerra em Gaza, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação ouvidas pela Bloomberg News.
As negociações se concentraram na libertação de reféns capturados durante os ataques do Hamas a Israel em outubro de 2023, que desencadearam o conflito, em troca de centenas de prisioneiros palestinos.
O acordo suspende mais de 15 meses de combates que praticamente destruíram Gaza, uma faixa de terra na costa mediterrânea controlada pelo Hamas e lar de mais de 2 milhões de pessoas.
Mais de 46.000 palestinos foram mortos na subsequente campanha militar israelense, segundo o ministério da saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, enquanto grande parte dos centros urbanos do território foi destruída.
Israel, que perdeu centenas de soldados nos combates, afirma ter matado cerca de 20.000 militantes palestinos em Gaza.
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A trégua em Gaza também deve levar a um aumento na ajuda humanitária ao território.
As negociações foram supervisionadas pelos Estados Unidos, com a participação de autoridades tanto da administração de Joe Biden, que está de saída, quanto da de Donald Trump, que assume na próxima segunda-feira (20). Catar e Egito mediaram as negociações.
Trump anunciou em sua plataforma Truth Social que os reféns “serão libertados em breve”.
“O enviado do presidente [Donald Trump] para a região, Steve Witkoff, encarregado de atuar para alcançar um acordo entre israelenses e sauditas, tem trabalhado de forma cooperativa e conjunta com o governo Biden”, disse o senador Marco Rubio em sua audiência para ser o próximo secretário de Estado dos EUA.
O conflito causou turbulência no Oriente Médio de forma mais ampla, com grupos apoiados pelo Irã, incluindo o Hezbollah no Líbano e os Houthis no Iêmen, atacando Israel em solidariedade ao Hamas.
Israel, por sua vez, intensificou uma ofensiva contra o Hezbollah em setembro de 2024, matando a liderança superior do grupo designado como terrorista e atacando severamente em uma campanha terrestre e aérea que terminou com uma trégua no final de novembro.
Os EUA e outras nações do G7 (Grupo dos Sete) instaram repetidamente o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a fazer mais para proteger os civis em Gaza, cuja situação levou o líder israelense a ser criticado mundialmente sob acusações de crimes de guerra em Haia.
O Hamas, o Hezbollah e os Houthis são designados como organizações terroristas pelos EUA e por muitos outros países, como os da União Europeia.
-- Em atualização
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