Investigadores da Coreia do Sul pedem prisão contra presidente que declarou lei marcial

Mandado de prisão contra o presidente Yoon Suk Yeol acontece depois que o líder se negou a depor sobre sua declaração de lei marcial

O caos político foi agravado pelo pior acidente de aviação civil do país, depois que um voo da Jeju Air caiu neste domingo, e matou 179 das 181 pessoas a bordo (Foto: Anthony Wallace/ AFP via Getty Images)
Por Soo-Hyang Choi - Heesu Lee
30 de Dezembro, 2024 | 09:12 AM

Bloomberg — Investigadores sul-coreanos solicitaram nesta segunda-feira (30) um mandado de prisão para o presidente Yoon Suk Yeol, depois que o líder se negou a depor sobre sua declaração de lei marcial.

Uma equipe de investigação conjunta fez o pedido a um tribunal de Seul um dia depois de Yoon não ter comparecido pela terceira vez a um interrogatório agendado pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Escalão. As duas convocações anteriores foram em 18 de dezembro e no dia de Natal.

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A Coreia do Sul passa por um dos períodos mais tumultuados dos últimos anos, depois que Yoon impôs a lei marcial por pouco tempo em 3 de dezembro, o que levou ao seu impeachment e, posteriormente, ao do primeiro-ministro Han Duck-soo, que atuou brevemente como líder interino.

O caos político foi agravado pelo pior acidente de aviação civil do país, depois que um voo da Jeju Air caiu neste domingo, e matou 179 das 181 pessoas a bordo.

(Fonte: Bloomberg)

Um tribunal determinará se emitirá o mandado de prisão para Yoon, embora não esteja claro quando essa decisão será tomada. Se for concedida, ele será o primeiro presidente em exercício na história do país a ser preso.

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O advogado de Yoon apresentou uma declaração ao tribunal e disse que a equipe de investigação não tem base legal para solicitar um mandado para o presidente. O advogado se recusou a comentar quem deveria liderar a investigação quando perguntado pelos repórteres na segunda-feira.

Mesmo que o tribunal emita o mandado, é incerto se os investigadores conseguirão levar o presidente sob custódia. Uma tentativa anterior da polícia de fazer uma busca no gabinete presidencial foi bloqueada pelo gabinete de Yoon.

A decisão do presidente de evitar repetidamente o interrogatório e desafiar a autoridade dos investigadores parece ter como objetivo atrasar o processo contra ele, disse Lee Chang-hyun, professor de direito da Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros.

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Yoon sinalizou sua intenção de se defender no tribunal para permanecer no cargo e insistiu que o decreto de lei marcial estava dentro de seus poderes constitucionais.

Enquanto isso, um julgamento está em andamento para decidir se Yoon deve ser reintegrado ou removido permanentemente do cargo. A próxima audiência está marcada para 3 de janeiro.

O won sul-coreano enfraqueceu inicialmente na segunda-feira após o acidente aéreo mortal, mas depois subiu 0,2% em relação ao dólar, para 1.468,05, impulsionado por um ganho nas ações locais e promessas das autoridades de estabilizar os mercados.

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O Ministro das Finanças Choi Sang-mok, que se tornou presidente interino na sexta-feira após o impeachment de Han, enfrenta um grande teste em apenas dois dias no cargo.

Ele declarou um período de luto de uma semana até 4 de janeiro após o acidente aéreo, solicitou uma investigação rigorosa sobre o incidente e ordenou uma inspeção de segurança de emergência em todo o sistema aéreo.

Han sofreu impeachment por se recusar a atender à exigência do partido de oposição de nomear imediatamente três juízes para preencher as vagas no Tribunal Constitucional de nove membros, uma medida que provavelmente aumentaria as chances de manter o impeachment de Yoon.

O Citigroup espera que Choi ocupe rapidamente esses cargos para aliviar as incertezas, disse em um relatório na segunda-feira.

--Com a ajuda de Shinhye Kang e Hooyeon Kim.

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