Bloomberg — A inflação na Argentina acelerou em outubro para o seu maior nível anual desde que o país saiu da hiperinflação há mais de três décadas, em mais um sinal do estado precário da economia antes da eleição presidencial no fim de semana.
Os preços ao consumidor subiram 8,3% em outubro em uma base mensal, um pouco abaixo do número de setembro e menos do que a previsão mediana de 9,45% dos economistas consultados pela Bloomberg.
Em relação ao ano anterior, a inflação anual acelerou para 142,7%, de acordo com os dados oficiais do governo publicados na segunda-feira (13), também ligeiramente abaixo das projeções.
Comunicação, roupas e artigos para o lar lideraram o aumento de preços em outubro.
Os argentinos escolherão o próximo presidente no domingo, 19 de novembro, em uma votação de segundo turno entre o ministro da Economia, Sergio Massa, e o libertário Javier Milei, que propõe fechar o Banco Central e dolarizar a economia como uma solução drástica para combater aumentos de preços de três dígitos.
Os títulos da dívida em dólar da Argentina com vencimento em 2035 caíram para a mínima da sessão após a publicação dos dados de inflação. Os títulos caíram até 0,2 centavos para cerca de 26,1 centavos de dólar, o nível mais baixo em quase uma semana, de acordo com dados de preços indicativos compilados pela Bloomberg.
Independentemente de quem vencer a votação decisiva, a inflação será o maior desafio imediato para o próximo líder da Argentina. Os frágeis controles cambiais provaram ser insustentáveis, o que significa que uma grande desvalorização da moeda está no horizonte para o próximo governo que assume o cargo em 10 de dezembro. Ao mesmo tempo, reduzir o déficit fiscal crônico implica cortar subsídios que farão os preços de serviços públicos dispararem.
Os economistas preveem uma inflação anual próxima a 200% nos próximos 12 meses, de acordo com a previsão média da última pesquisa mensal do Banco Central.
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