Bloomberg — A inflação na Argentina atingiu seu nível mais baixo desde que o presidente Javier Milei assumiu o poder, e a variação anual de preços ao consumidor caiu abaixo de 100% pela primeira vez em dois anos, enquanto ele continua a domar as expectativas na economia propensa à crise.
Os preços ao consumidor subiram 2,2% em janeiro, em comparação com a estimativa mediana de 2,3% dos economistas consultados pela Bloomberg, o menor valor desde julho de 2020. A inflação anual desacelerou para 84,5%, de acordo com dados do governo publicados na quinta-feira (13).
A inflação mensal vem caindo de forma constante desde que atingiu o pico de 25,5% em três décadas, em dezembro de 2023, à medida que Milei reduziu um orçamento governamental inchado e reduziu os impostos. Desde a brusca desvalorização da moeda em dezembro de 2023, que teve um impacto desproporcional sobre a inflação anual, Milei tem administrado a desvalorização mensal do peso para limitar seu efeito sobre os preços.
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Restaurantes e hotéis lideraram os aumentos de preços, seguidos por habitação e serviços públicos.
Em janeiro, Milei eliminou um imposto importante sobre as compras de dólares americanos, aliviando a pressão sobre os preços de bens e serviços importados.
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Neste mês, o governo reduziu a depreciação mensal do peso de 2% para 1%, o que, segundo os economistas, havia se tornado um piso para alguns preços.
O banco central reduziu as taxas em 300 pontos-base, para 29%, em 30 de janeiro, com base nas expectativas de redução da inflação, que caiu de 133% quando Milei assumiu o cargo.
O Ministro da Economia, Luis Caputo, disse em uma entrevista recente que espera que a taxa de inflação mensal caia para menos de 2% a partir de fevereiro, após o ajuste da paridade da moeda. A desaceleração da inflação é o principal fator que impulsiona a popularidade de Milei.
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Os economistas pesquisados pelo banco central da Argentina esperam que a inflação anual caia para 23% este ano, enquanto o governo previu 18% em seu orçamento para 2025.
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