Milei desfaz controles de preços e inflação anual na Argentina vai a 211%

Em dezembro, preços subiram 25,5% em relação a novembro, abaixo da mediana das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg

Notas de peso necessárias para comprar US$ 100 em Buenos Aires na última quarta-feira (10 de janeiro de 2024)
Por Manuela Tobías
11 de Janeiro, 2024 | 04:58 PM

Bloomberg — A Argentina encerrou 2023 com a maior inflação em mais de três décadas, depois que o presidente Javier Milei começou, nas três últimas semanas do ano, a desfazer uma rede de controles cambiais e congelamentos de preços impostos pela administração anterior.

Os preços ao consumidor dispararam 211,4% em dezembro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na quinta-feira.

Em relação a novembro, o IPC subiu 25,5%, abaixo da mediana das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg, que apontava um aumento de 30%.

Desde que assumiu o cargo em 10 de dezembro, Milei desvalorizou o peso em 54% e eliminou os controles de preços de centenas de produtos de consumo diário, revertendo as políticas impostas pelo ex-ministro da Economia Sergio Massa, com quem competiu pela presidência. O líder libertário também interrompeu a impressão desenfreada de dinheiro que havia ocorrido durante a campanha presidencial.

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Milei preparou o país para os meses difíceis que se aproximam em seu discurso de posse, reiterando que “não há dinheiro” e que a Argentina corria o risco de sofrer hiperinflação se não mudasse de rumo.

Isso não impediu os sindicatos de trabalhadores de convocarem uma greve geral para 24 de janeiro, nem os cidadãos argentinos de baterem panelas e frigideiras nas ruas em protesto contra as medidas de austeridade.

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