Governo dos EUA dá à Chevron um mês para encerrar operações na Venezuela

O Departamento do Tesouro estabeleceu um prazo de apenas 30 dias, em vez do período normal de seis meses, para a petroleira sair do país, em golpe inesperado para Nicolás Maduro

Chevron
Por Bloomberg News
04 de Março, 2025 | 02:20 PM

Bloomberg — O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos cumpriu a promessa do presidente Donald Trump de impedir a Chevron (CVX) de bombear e vender petróleo bruto venezuelano, dando um grande revés para o regime de Nicolás Maduro.

O departamento estabeleceu um prazo de 3 de abril para a Chevron encerrar suas operações na Venezuela, dando à empresa apenas 30 dias em vez do período normal de encerramento de seis meses.

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O prazo estreito é um golpe inesperado para Maduro, aumentando significativamente a pressão sobre ele para fechar um acordo rapidamente com Trump.

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As ações da Chevron caíram 1,3% após o anúncio da decisão. A medida reverte a decisão do governo Biden de permitir que a grande petrolífera dos Estados Unidos envie petróleo bruto venezuelano pesado para refinarias na Costa do Golfo.

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A Chevron, que tem uma joint venture com a estatal petrolífera da Venezuela, aumentou a produção nos últimos anos para fornecer cerca de 20% da produção geral do país. Isso proporcionou um aumento econômico significativo para a economia, ajudou a domar a inflação altíssima e injetou moeda forte no setor privado do país.

Mas os críticos, especialmente os legisladores republicanos da Flórida, argumentaram que a empresa dos Estados Unidos estava fornecendo uma tábua de salvação econômica para Maduro, mesmo depois que ele renegou as promessas de reformas democráticas no ano passado.

Trump também criticou Maduro por não acelerar o ritmo de voos de migrantes dos Estados Unidos com rapidez suficiente.

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“Estamos revertendo as concessões que Joe Biden deu a Nicolás Maduro, da Venezuela, no acordo de transação de petróleo”, escreveu Trump em uma postagem nas redes sociais.

O secretário de Estado Marco Rubio continuou dizendo que fornecerá “orientação de política externa” para “encerrar todas as licenças de petróleo e gás da era Biden que vergonhosamente financiaram o regime ilegítimo de Maduro”.

A Venezuela disse que a decisão do presidente americano seria “prejudicial” e causaria “danos aos Estados Unidos, seu povo e suas empresas”.

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Logo após sua posse, Trump enviou uma delegação a Caracas liderada pelo conselheiro Rick Grenell em uma tentativa de iniciar negociações diretas com Maduro. A reunião foi vista como um novo começo após anos de impasse tenso. Resultou na libertação de seis prisioneiros americanos e no reinício dos voos de deportação. Não está claro se as sanções ao petróleo foram discutidas.

A presença da gigante petrolífera sediada em Houston trouxe a transparência muito necessária à Venezuela após um período de sanções impostas durante o primeiro mandato de Trump. Naquela época, o país dependia de cargas fantasmas e pequenos comerciantes, resultando em bilhões de dólares em receita perdida para a estatal PDVSA entre 2020 e 2022.

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