Goldman Sachs adia projeção de início do corte dos juros nos EUA para setembro

Economistas projetavam anteriormente que o ciclo de afrouxamento monetário começaria em julho, mas dados de inflação e atividade seguem fortes

Foto de um prédio iluminado
Por Alice Gledhill
24 de Maio, 2024 | 12:51 PM

Bloomberg — O Federal Reserve só deverá começar a cortar as taxas de juros em setembro, de acordo com os economistas do Goldman Sachs (GS).

O banco mudou as previsões – que originalmente projetavam o inicio dos cortes em julho – em meio a sinais de que a economia ainda é muito resistente para justificar a flexibilização monetária.

“No início desta semana, observamos que os comentários das autoridades do Fed sugeriram que um corte em julho provavelmente exigiria não apenas números melhores de inflação, mas também sinais significativos de tranquilidade na atividade econômica ou nos dados do mercado de trabalho”, escreveram os economistas, incluindo Jan Hatzius, em nota.

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O Goldman Sachs foi um dos últimos bancos em Wall Street a apostar que o Fed começaria a reduzir as taxas de juros em julho.

No início desta semana, o Nomura Securities também passou sua aposta de julho para setembro, dizendo que “o limite para cortes nas taxas parece ter aumentado”.

Na quinta-feira (23), dados mostraram que a atividade comercial dos Estados Unidos acelerou no início de maio, no ritmo mais rápido em dois anos.

O presidente do Fed Bank de Atlanta, Raphael Bostic, disse mais tarde naquele dia que a política monetária tem sido menos eficaz na desaceleração do crescimento do que em ciclos anteriores, reforçando a necessidade de manter as taxas mais altas por mais tempo para conter a inflação.

O primeiro corte na taxa de juros do Fed está agora totalmente precificado para dezembro, de acordo com a precificação no mercado de swaps.

As chances de uma segunda redução são de menos de 40%, em comparação com cerca de 70% na semana passada. No final de 2023, o primeiro corte do Fed era esperado já em março.

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O Goldman Sachs ainda espera que o Fed faça dois cortes no total até o fim do ano, sendo um por trimestre, ou a cada duas reuniões. Isso significa que a segunda redução das taxas de juros ocorreria em dezembro, de acordo com seus economistas.

O JPMorgan (JPM) e o Citigroup (C) estão entre os poucos que ainda projetam uma flexibilização em julho.

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