Bloomberg — A Fitch Ratings rebaixou de “estável” para “negativa” a nota de crédito soberano da China nesta quarta-feira (10), afirmando que o governo provavelmente aumentará a dívida enquanto busca retirar a economia de uma desaceleração impulsionada pelo setor imobiliário.
A crescente incerteza sobre o panorama para a segunda maior economia do mundo, em meio aos esforços de Pequim para tornar o crescimento menos dependente do setor de habitação, “poderia manter a dívida em uma trajetória estável de aumento”, disse a Fitch em comunicado nesta quarta.
O governo chinês, que tem falado sobre a perspectiva de uma retomada na economia, rapidamente reagiu – dizendo que a agência de classificação de risco falhou em refletir o papel da política fiscal em fortalecer o crescimento, o que ajuda a estabilizar os encargos da dívida.
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“Eu acho que a agência inverteu a lógica,” disse Hao Hong, economista-chefe do Grupo de Investimento Grow. “Existem dívidas boas e dívidas ruins. Neste estágio, se o governo expandir seu déficit orçamentário, na verdade melhorará a perspectiva econômica.”
O anúncio da Fitch, que coincide com um semelhante feito pela Moody’s Investors Service em dezembro, ocorre em um momento crucial para a economia da China.
Na próxima semana, o governo deve divulgar alguns indicadores-chave – incluindo o crescimento do primeiro trimestre – enquanto o banco central decidirá sobre a taxa de juros.
Os mercados financeiros estão observando de perto pistas sobre se a economia superou o pior momento, após alguns números positivos para a manufatura e para as exportações serem divulgados no início deste ano.
Embora os dados sejam o foco dos mercados, a decisão da Fitch “ainda pode prejudicar o sentimento de mercado de curto prazo sobre a China, dado que o nível de confiança já está baixo”, disse Xiaojia Zhi, economista do Credit Agricole.
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