Bloomberg Línea — O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve decidiu nesta quarta-feira (20) manter a taxa de juros inalterada no patamar de 5,25% a 5,50%. A expectativa de uma manutenção era unânime entre economistas de Wall Street.
Apesar de não fazer mudanças nesta quarta, o banco central americano sinalizou que as taxas deverão ficar mais altas por mais tempo e deixou “a porta aberta” para uma nova alta este ano, o que também era esperado.
Após a decisão, os índices acionários seguiram sem direção definida nos Estados Unidos. Por volta das 15h10 (horário de Brasília), o S&P 500 subia 0,16%, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, recuava 0,44%. O dólar reverteu a queda e o Ibovespa (IBOV) reduziu o ritmo de alta para 1,16%.
No comunicado divulgado junto com a decisão, o Fomc reiterou que os formuladores de política monetária irão determinar o “tamanho adicional de aperto que for apropriado”.
Projeções trimestrais mostram que 12 dos 19 diretores se mostram a favor de outro aumento das taxas em 2023.
As autoridades também prevêem uma menor flexibilização no próximo ano em meio ao fortalecimento da economia e do mercado de trabalho. Estimativa mediana aponta agora para redução da taxa para 5,1% até o final de 2024, acima dos 4,6% em junho,
Na reunião anterior, em junho, o banco central americano tinha decidido pelo aumento de 0,25 ponto percentual, repetindo, na época, que a política monetária tem defasagem e que levaria em conta adiante o efeito cumulativo do aperto já realizado.
Discurso de Powell
Os investidores aguardam agora o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de pistas sobre os próximos passos na política monetária.
Na coletiva, Powell será questionado se espera outro aumento da taxa este ano e se concorda com as previsões de taxa no dot plot.
Ele provavelmente enfatizará que os funcionários do Fed vão “seguir o curso” até que a inflação esteja sob controle, disse Lindsey Piegza, economista-chefe da Stifel Financial Corp.
“Ele quer manter as opções em aberto, e a última coisa que ele quer é que o mercado precifique cortes de taxa até o início de 2024″, disse ela.
O presidente do Fed também deverá ser questionado sobre os desafios iminentes para o crescimento dos EUA, incluindo o recente aumento nos preços da energia, a perspectiva de uma paralisação do governo em outubro e a retomada dos pagamentos de empréstimos estudantis.
-- Com informações da Bloomberg News
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