Bloomberg — Os Estados Unidos podem continuar a crescer mesmo com a escalada de preocupações com a economia chinesa, segundo Mohamed El-Erian.
“A China virou um obstáculo ao crescimento global”, disse El-Erian, Chief Economic Advisor da Allianz, ex-CEO da Pimco e colunista da Bloomberg Opinion, em entrevista na Bloomberg TV.
“Os EUA têm o privilégio de ser uma economia grande, relativamente fechada, bem diversificada, empreendedora. Então, sim, poderíamos” continuar a ver força.
“Essa tem sido a notícia do ano: que os EUA continuaram indo bem e estão acelerando, embora o resto do mundo esteja” lento, disse o economista doutorado em Oxford e um dos mais respeitados nos mercados de capitais globais.
Dados recentes sinalizaram que a economia dos EUA continua robusta. As vendas no varejo subiram mais do que o esperado em julho, e as leituras dos meses anteriores foram revisadas para cima. Alguns analistas argumentam que essa força pode levar o crescimento econômico a acelerar no terceiro trimestre.
Por outro lado, dados chineses recentes apontam para gastos do consumidor fracos, contração das exportações e agravamento da crise imobiliária.
O presidente Joe Biden neste mês chamou os problemas econômicos da China de “bomba-relógio.”
A ações americanas caem nas últimas semanas em meio a preocupações com as perspectivas da China e com a hipótese de que o Federal Reserve possa manter os juros em patamares elevados por mais tempo.
O índice S&P 500 está a caminho de seu pior desempenho semanal desde março, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos estão testando máximas de vários anos - se aproximam do maior patamar em 15 anos.
El-Erian disse que o mercado exagerou “no romance com a narrativa de soft landing. Foi longe demais, tanto no lado dos títulos quanto no lado das ações. Então, vejo isso como um ajuste após um mês de romance excessivo com o soft landing.”
- Com a colaboração de Reade Pickert, Augusta Saraiva e Sarina Yoo “Kyungjin”.
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©2023 Bloomberg L.P.
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