Bloomberg — O governo de Joe Biden começou a se referir a Edmundo González Urrutia como o presidente eleito da Venezuela, disse uma autoridade sênior do governo à Bloomberg News, no reconhecimento mais forte até agora de que o candidato da oposição venceu a eleição presidencial de julho.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, informou aos parceiros sobre a decisão em uma reunião realizada na segunda-feira (18) no G20 no Rio de Janeiro, disse a autoridade.
Embora os EUA e outros países tenham concluído anteriormente que González teve mais votos do que o atual presidente Nicolás Maduro, o governo Biden não chegou a usar o termo “presidente eleito” até agora.
A medida foi projetada para aumentar a pressão sobre Maduro, que afirmou ter vencido a eleição sem fornecer provas.
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Referir-se a González como presidente eleito não significa que os EUA acabarão chamando o representante da oposição de “presidente legítimo” após o dia da posse, em 10 de janeiro de 2025, quando Maduro espera assumir para um terceiro mandato.
Esse termo foi aplicado, sem sucesso, a outro líder da oposição, Juan Guaidó, em uma tentativa fracassada de remover Maduro do poder durante o governo anterior de Donald Trump.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O presidente eleito Donald Trump retornará ao cargo nos EUA em 20 de janeiro de 2025.
Seu indicado para chefiar o Departamento de Estado, o senador da Flórida Marco Rubio, é um defensor de longa data da Venezuela e do regime de Maduro. Caberá a eles decidir se vão prosseguir com uma nova designação para González e se vão se envolver com o governo de Maduro.
Os títulos venezuelanos permaneceram em terreno negativo na tarde desta terça (19), mantendo as perdas registradas depois que a Câmara dos Deputados dos EUA, controlada pelos republicanos, aprovou um projeto de lei para endurecer as sanções às entidades que lidam com o governo de Maduro.
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O governo Biden entende que a comunidade internacional e o movimento democrático venezuelano, liderado por González, deram a Maduro todas as oportunidades de se engajar em um diálogo para uma transição pacífica que reflita a vontade do povo venezuelano, disse a autoridade dos EUA.
O governo Biden buscou promover uma região democrática mais próspera e segura e continua a pressionar por uma solução pacífica como o único caminho para resolver a crise econômica e humanitária da Venezuela, disse a autoridade.
González, 75 anos, fugiu para a Espanha em setembro, dizendo que foi coagido a assinar uma carta reconhecendo Maduro como o vencedor da eleição.
Ele disse que retornará ao seu país para ser empossado como presidente, um plano que parece improvável com Maduro, 61 anos, firmemente instalado no poder.
A líder da oposição, María Corina Machado, que ajudou a angariar apoio para González depois de ter sido impedida de concorrer à presidência, continua escondida e disse que ainda está na Venezuela.
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