Esteves alerta para déficit fiscal nos EUA e compara debate com o do Brasil

Para o chairman do BTG Pactual, falta debate sobre o tema na maior economia do mundo às vésperas da eleição, em participação no evento Bloomberg New Economy at B20 em São Paulo

Erik Schatzker, diretor editorial da Bloomberg New Economy
Por Daniel Cancel - Barbara Nascimento
24 de Outubro, 2024 | 08:41 AM

Bloomberg — André Esteves, presidente do conselho de administração do BTG Pactual (BPAC11), disse estar preocupado com o que considera uma falta de debate sobre o crescente déficit dos Estados Unidos e o que ele vê como impressão excessiva de dinheiro.

O experiente banqueiro comparou a preocupação dos investidores sobre a situação fiscal do Brasil, que tem impactado os mercados locais, com a relativa calma em torno da situação no Federal Reserve. Ele também disse que o Fed está se comunicando demais, o que leva a mais volatilidade no mercado.

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“O desafio nos EUA para mim está relacionado ao déficit público e ao debate sobre isso - ou, em melhores palavras, à falta de debate sobre isso na campanha”, disse Esteves durante uma entrevista no Bloomberg New Economy at B20 em São Paulo, na quarta-feira (23).

A “realidade é que, mesmo se você for o dono da impressora, há um limite para imprimir [dinheiro]”.

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Esteves também disse que não está preocupado com um possível retorno de Donald Trump para a presidência dos EUA e é menos “sombrio” do que outros sobre o estado atual da geopolítica.

“Quando você pensa na eleição de Trump, eu acho que ele tem sido duro, mas responsável”, disse Esteves. “Às vezes, quando você tem confusão no salão, não é necessariamente ruim. Alguém que chega com comportamento imprevisível pode trazer comportamento mais previsível de todos os outros.”

Quanto ao Brasil, Esteves disse que enxerga que haverá uma continuidade no Banco Central mesmo com a saída de Roberto Campos Neto e a entrada de Gabriel Galípolo e elogiou a reforma tributária em tramitação no Congresso.

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Mas disse que gostaria que o governo gastasse menos para que fosse possível ao Banco Central adotar uma política monetária mais flexível, com taxas de juros mais baixas.

Enquanto a situação fiscal é discutida diariamente por jornais, políticos e investidores no Brasil, não houve nenhuma conversa semelhante nos EUA, disse ele.

“A diferença é que não temos impressora e precisamos ser mais rigorosos”, disse Esteves.

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- O Bloomberg New Economy at B20 é organizada pelo Bloomberg Media Group, uma divisão da Bloomberg LP, controlador da Bloomberg News.

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