Estes são os melhores e piores sistemas de aposentadoria do mundo

Ranking coloca sistema de pensão do Brasil na 33ª posição entre 47 países analisados. Holanda lidera, enquanto Argentina está em último lugar

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Por Ainsley Thompson - Redação Brasil
17 de Outubro, 2023 | 05:24 PM

Bloomberg — A Holanda recuperou o título de melhor sistema de aposentadoria do mundo, de acordo com um índice global anual, que alertou que os sistemas de pensões em todo o mundo está sob pressão.

A Islândia, que estava no topo no ano passado, ficou em segundo lugar, com a Dinamarca em terceiro. Israel foi a única outra nação a receber uma classificação ‘A’ no Mercer CFA Institute Global Pension Index 2023, que pontua sistemas com base em sua adequação, sustentabilidade e integridade.

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A Holanda está atualmente reformando seu programa de aposentadoria, passando de um financiamento coletivo para uma abordagem mais individual. Mesmo assim, o relatório afirma que o sistema continuará a oferecer bons benefícios após a mudança, apoiado por uma base de ativos sólida e regulamentação sólida.

No entanto, os sistemas de aposentadoria na maioria dos países estão sob pressão devido ao envelhecimento da população, ao aumento da dívida governamental e à alta inflação, além de lidar com desafios como a inclusão de trabalhadores da economia informal digital.

O Brasil está na classificação C, na posição 33 de uma lista de 47 países, ao lado de países como Indonésia, Coreia do Sul e Itália. De acordo com o índice, a posição inclui sistemas de países que têm boa situação, mas riscos que precisam ser ajustados para sua sustentabilidade no longo prazo.

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Para aumentar a nota, o índice faz algumas recomendações ao sistema brasileiro: aumentar a cobertura de funcionários em planos de pensão através de adesão automática; introduzir um mínimo de contribuições obrigatórias nos fundos de pensão; estabelecer uma idade mínima de acesso para que os benefícios sejam preservados, incluindo os planos de previdência operados por seguradoras; e permitir que os indivíduos se aposentem antes do tempo mínimo padrão, recebendo uma parte da aposentadoria.

“A questão fundamental é que, em todo o mundo, as pessoas precisam começar a cuidar de sua própria aposentadoria”, disse David Knox, sócio sênior da Mercer e autor principal do relatório, em entrevista. “Não podemos mais depender apenas da previdência social ou de pensões públicas”.

A Argentina foi o país com a classificação mais baixa entre os 47 pesquisados, enquanto os Estados Unidos ficaram em 22º lugar - duas posições abaixo do ano passado. A Austrália ficou em 5º lugar, o Reino Unido em 10º, o Japão em 30º e a China em 35º lugar.

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A queda nas taxas de natalidade tem pressionado várias economias e sistemas de aposentadoria a longo prazo, segundo o relatório, o que afetou negativamente as pontuações de sustentabilidade em países como Itália e Espanha. O relatório também destacou diversos sistemas asiáticos, incluindo China, Coreia, Cingapura e Japão, que afirmou terem feito reformas para melhorar suas pontuações nos últimos cinco anos.

A inteligência artificial tem o potencial de melhorar os sistemas de aposentadoria, levando a uma tomada de decisão mais eficiente e informada, o que pode levar a retornos reais de investimento mais altos, disse Knox, acrescentando que a tecnologia também pode ajudar as pessoas a tomar decisões financeiras a longo prazo.

A metodologia do índice inclui três grandes critérios: benefícios, sustentabilidade do sistema e integridade. Eles englobam pontos como os valores dos pagamentos para as necessidades dos aposentados, o crescimento econômico dos países, o déficit das contas públicas e regulamentação.

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