Bloomberg — A Espanha venceu a Inglaterra para conquistar sua primeira Copa do Mundo Feminina após uma vitória histórica em Sydney.
A seleção espanhola, conhecida como La Roja (a vermelha), derrotou a Inglaterra por 1 a 0 diante de um público esgotado de 75.784 pessoas no Estádio Austrália, triunfando apesar de um pano de fundo de agitação e hostilidade dos jogadores em relação ao treinador Jorge Vilda, que comanda a equipe desde 2015.
A Espanha frustrou a Inglaterra desde cedo dominando os passes de bola e os ataques, antes do gol decisivo aos 29 minutos do primeiro tempo. Lucy Bronze, da Inglaterra, foi pega fora de posição para o espaço que ela havia deixado vago permitindo que a Espanha atacasse. Olga Carmona, do Real Madrid, chutou rasteiro no canto para abrir o placar para a La Roja.
A Inglaterra então alterou sua formação no início do segundo tempo e trouxe reforços, mas a pressão não diminuiu. Lauren James, que entrou como substituta após perder dois jogos por pisar em uma jogadora adversária, teve dificuldade em causar impacto.
A Espanha também recebeu teve um pênalti a favor por uma mão na bola com 20 minutos para o fim do jogo, mas a goleira da Inglaterra e do Manchester United, Mary Earps, defendeu a cobrança. No final, não importou, a Espanha fez o que veio fazer na Austrália.
Audiência recorde
Recordes de público foram quebrados nos estádios ao longo do último mês na Austrália e na Nova Zelândia, os anfitriões do torneio, e a derrota nas semifinais da Austrália foi o programa de TV mais assistido do país, com 11,15 milhões de espectadores.
A audiência global do torneio deve ultrapassar 2 bilhões, acima dos 1,12 bilhão que sintonizaram o evento de 2019 na França. A Austrália perdeu para a Suécia no sábado em Brisbane na partida de disputa pelo terceiro lugar.
“O sucesso do torneio mostra um enorme crescimento no interesse pelo esporte e vimos um grande aumento em patrocínios e conscientização de marca para patrocinadores ligados ao futebol feminino”, disse Christina Philippou, professora de contabilidade, economia e finanças na Universidade de Portsmouth.
“A divulgação do esporte pela mídia, uma melhor transmissão e um perfil aumentado das jogadoras de futebol feminino em anúncios na TV convencional são todas coisas que atraem o público e também oportunidades comerciais que, por sua vez, aumentam ainda mais o perfil e ajudam a crescer o interesse no jogo.”
Qual o prêmio da Copa do Mundo Feminina
O prêmio total em dinheiro do torneio deste ano foi de até US$ 110 milhões, segundo a FIFA, ante US$ 30 milhões em 2019. As campeãs ganharão US$ 4,29 milhões, com cada jogadora do time vencedor recebendo individualmente US$ 270.000. Ainda é uma fração dos US$ 440 milhões em disputa na Copa do Mundo masculina no Catar no ano passado.
Essa diferença foi mais uma vez o foco após o presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmar na sexta-feira que as melhores jogadoras de futebol feminino do mundo podem alcançar a igualdade salarial se “nos convencerem, homens, primeiro”, gerando mais uma reação negativa de jogadoras atuais e antigas.
“Como jogadoras, não queremos parar por aqui e estamos sempre buscando mais”, disse Millie Bright, defensora do Chelsea e da Inglaterra, antes da partida de domingo.
A próxima Copa do Mundo feminina será realizada na África do Sul em 2027.
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