Bloomberg — Assessores do presidente eleito Donald Trump consideram um plano tarifário que se aplicaria a todos os países, mas seria limitado a importações críticas específicas, noticiou o Washington Post, ao citar três pessoas familiarizadas com as discussões que não foram identificadas.
Se implementado, o plano representaria uma redução significativa das tarifas universais de 10% a 20% que Trump havia proposto durante sua campanha, uma medida que os economistas esperam que aumente os preços ao consumidor e distorça os padrões do comércio global.
A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O dólar americano caiu em relação à maioria das principais moedas na segunda-feira após a divulgação da matéria, com o Bloomberg Dollar Spot Index em queda de 0,9%, seu maior recuo desde novembro, enquanto o euro subiu mais de 1% em relação ao dólar.
Os investidores também aumentaram suas apostas nos cortes das taxas de juros do Federal Reserve, na expectativa de que essa política não alimentará a inflação tanto quanto um programa mais amplo.
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Os setores ou bens que estariam no plano ainda não estão evidentes, mas provavelmente focariam naqueles considerados essenciais para a segurança econômica e nacional, e as discussões se concentraram naqueles que Trump pretende trazer de volta aos EUA, de acordo com a reportagem do Washington Post.
O foco de Trump inclui potencialmente a cadeia de suprimentos industriais de defesa - por meio de tarifas sobre aço, ferro, alumínio e cobre - bem como suprimentos médicos essenciais, como seringas, agulhas, frascos e materiais farmacêuticos.
Trump também poderia visar materiais de energia, como baterias, minerais de terras raras e painéis solares, segundo duas pessoas citadas pelo Post.
Não está claro se a abordagem em relação às tarifas universais também se aplicaria a outras políticas propostas por Trump. Essas incluem a imposição de tarifas sobre todos os produtos da China de até 60%, bem como 25% sobre as importações do México e do Canadá, a menos que eles façam mais para conter o fluxo de migrantes e fentanil para os EUA.
A cerca de duas semanas para a posse de Trump, as ameaças em torno de seus planos tarifários já causaram estresse no sistema de comércio global, bem como incertezas sobre a trajetória da inflação e das taxas de juros.
O cenário base da Bloomberg Economics no ano passado previa três ondas de aumentos de tarifas, com início no verão de 2025, com as taxas sobre a China triplicando até o final de 2026 e um aumento menor para o resto do mundo - com foco em bens intermediários e de capital que não afetam diretamente os preços ao consumidor.
Como resultado da falta de clareza sobre os planos de Trump, algumas empresas começaram a antecipar pedidos, buscar novos fornecedores e renegociar contratos, o que criaria um aumento nas importações e interrupções na cadeia de suprimentos.
- Com a colaboração de Akayla Gardner e Greg Ritchie.
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