Bloomberg — Os Emirados Árabes Unidos veem sua adesão aos Brics como uma oportunidade para desenvolver o comércio e pretendem injetar mais capital no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), segundo o ministro da Economia do país.
E isso não virá em detrimento das relações com os países ricos do ocidente, disse Abdulla bin Touq Al Marri em entrevista à Bloomberg Television.
“Na verdade, vamos pressionar por mais” e “de fato” injetaremos capital no Novo Banco de Desenvolvimento, disse o ministro nesta segunda-feira (28), sem especificar um montante.
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) estão entre os seis países que receberam convites na semana passada para se juntarem a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na primeira expansão do grupo desde 2010.
Os EAU, a segunda maior economia do Golfo Pérsico e um dos poucos países no mundo com um fundo soberano de mais de US$ 1 trilhão, têm o potencial de impulsionar a atuação do NDB, como é conhecido o banco dos Brics na sigla em inglês.
O país é o terceiro-maior produtor de petróleo da Opep, depois de Arábia Saudita, que também foi convidada a entrar nos Brics, e do Iraque.
O NDB, com sede em Xangai, tem um capital autorizado de US$ 100 bilhões, de acordo com seu site. Desde a criação do banco, já aprovou projetos no valor de quase US$ 32 bilhões.
Os Emirados continuarão a desenvolver o comércio com o ocidente rico, ao mesmo tempo que impulsionará o comércio com os países menos desenvolvidos do chamado Sul Global, disse Al Marri. Os Emirados têm moeda atrelada ao dólar e abrigam forças dos EUA em uma base aérea fora de Abu Dhabi.
“Há um trabalho enorme que vamos fazer e vamos nos concentrar também no Ocidente”, disse Al Marri. “Queremos paz e prosperidade, e com isso vem a economia e vem o comércio.”
Nos últimos dois anos, o país do Golfo fechou acordos comerciais com países como Indonésia, Turquia e Israel, e fechou acordo com a Índia para usar moedas locais em transações entre os dois países.
A China e a Índia foram os maiores parceiros comerciais dos Emirados em 2022, seguidos por Japão e EUA.
“Ir para o Sul Global é o aspecto mais importante em que estamos nos concentrando no momento, e isso vai crescer”, disse Al Marri. “Ao redobrar nossa aposta no comércio exterior, será nisso que nos concentraremos.”
-- Com a colaboração de Sarah Halls.
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