Bloomberg — Joe Biden anunciou novos esforços de conservação de florestas e financiamento ao clima ao se tornar o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício a visitar a região amazônica. Em Manaus, Biden visitou parte de uma reserva natural da floresta tropical e se reuniu com ativistas ambientais locais.
Com seu mandato na Casa Branca chegando ao fim em janeiro, Biden afirmou que está deixando para o presidente eleito Donald Trump e para os Estados Unidos uma “base sólida para construir, caso escolham fazer isso”.
“É verdade que alguns podem tentar negar ou atrasar a revolução da energia limpa que está em andamento na América,” disse ele em Manaus, neste domingo (17). “Mas ninguém, ninguém pode revertê-la.”
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As novas iniciativas anunciadas por Biden incluem US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, dobrando a contribuição dos Estados Unidos, e um empréstimo de US$ 37,5 milhões da Corporação Financeira de Desenvolvimento para apoiar o plantio de árvores nativas em pastagens degradadas no Brasil.
O presidente destacou a entrega de mais de US$ 11 bilhões em financiamento climático, cumprindo sua promessa de atingir pelo menos esse nível anualmente até 2024, um aumento significativo em relação aos US$ 1,5 bilhão no ano fiscal de 2021.
Esse valor inclui US$ 3 bilhões para ajudar países pobres a se adaptarem ao aumento do nível do mar, tempestades mais intensas e outras consequências das mudanças climáticas — um tipo de financiamento que historicamente ficou abaixo do montante destinado a projetos de energia limpa em nações em desenvolvimento.
A viagem de Biden ressalta “seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos Estados Unidos, em todos os níveis de governo, setor privado e sociedade civil, para combater as mudanças climáticas em casa e no exterior”, afirmou Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, na semana passada.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que defende o combate às mudanças climáticas e a proteção da maior floresta tropical do mundo, não acompanhou Biden, já que está focado na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, que começa nesta segunda-feira.
A visita encerra os esforços de Biden para estimular o financiamento internacional para a proteção da floresta tropical.
Em 2023, ele prometeu trabalhar com o Congresso dos Estados UNidos para fornecer US$ 500 milhões até 2028 para o Fundo Amazônia, uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que financia projetos de proteção, como gestão florestal indígena e pequenas propriedades agrícolas.
O presidente dos Estados Unidos fez essa promessa após se encontrar com Lula na Casa Branca, quando o líder brasileiro prometeu retomar os esforços de conservação que haviam enfraquecido sob seu antecessor, Jair Bolsonaro.
Biden afirmou que espera mobilizar um total de US$ 20 bilhões em compromissos públicos e privados para ajudar a floresta tropical.
Trump expressou ceticismo quanto ao impacto das mudanças climáticas, assim como aos benefícios da ajuda externa, e anunciou planos para cortes severos no orçamento federal.
A decisão de Lula de não participar da histórica visita de Biden à Amazônia destaca como a vitória eleitoral de Trump está transformando a geopolítica.
Como parte dos esforços domésticos da administração Biden, o Departamento de Energia dos EUA anunciou na quinta-feira US$ 18 milhões para financiar subsídios para governos locais em projetos de eficiência energética, incluindo programas de reciclagem, reembolsos por eficiência energética e a aquisição de iluminação pública e veículos mais ecológicos para frotas municipais.
O Departamento de Agricultura também anunciou US$ 256 milhões para agricultores e proprietários de negócios rurais expandirem o uso de energia eólica, solar e hidrelétrica. Já o Departamento de Transportes está disponibilizando US$ 1,2 bilhão para estados financiarem o uso de materiais de construção de baixo carbono em projetos de infraestrutura.
-- Atualizada às 20h22 para incluir mais detalhes da visita de Biden a Manaus.
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