Bloomberg — O presidente da Argentina, Javier Milei, levou sua proposta de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos a uma conferência conservadora perto de Washington, dizendo que quer ser o primeiro na fila para chegar a um acordo.
Milei citou a ameaça do presidente Donald Trump de tarifas recíprocas contra os parceiros comerciais dos Estados Unidos em um discurso bem recebido na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC).
Ele disse que a participação da Argentina no Mercosul, o bloco comercial sul-americano, é um obstáculo.
“Quero aproveitar esta oportunidade para anunciar que a Argentina quer ser o primeiro país do mundo a aderir a esse acordo recíproco que o governo Trump propôs em questões comerciais”, disse Milei.
“Se não estivéssemos limitados pelo Mercosul, a Argentina já estaria trabalhando em um acordo de livre comércio mutuamente benéfico com os Estados Unidos.”
Leia mais: Milei enfrenta sua maior crise após escândalo por divulgar criptomoeda suspeita
Milei, de 54 anos, que aderiu a Trump como uma alma gêmea ideológica, prometeu em seu discurso colaborar com países que compartilham sua visão de liberdade e manter a burocracia estatal cada vez menor.
Trump, por sua vez, elogiou Milei em um discurso no final do sábado (22), que foi seguido por uma reunião que poderia dar um alívio ao presidente argentino depois de uma semana de reações contrárias à sua administração devido a um escândalo de criptomoeda.
Na reunião, ambos os líderes discutiram as medidas econômicas “inovadoras” que Milei está implantando na Argentina e a importância de ambos os países trabalharem juntos, de acordo com uma declaração do governo argentino.
Enquanto isso, o promotor federal Eduardo Taiano solicitou informações para investigar Milei por seu apoio a uma memecoin na rede social X, informou o La Nación na sexta-feira.
Desde que chegou a Washington na quinta-feira (20), Milei se encontrou com Elon Musk e com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, com quem discutiu um acordo de dívida com o FMI para impulsionar a economia argentina.
-- Com a colaboração de María Paula Mijares Torres e Manuela Tobias.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Milei divulga criptomoeda nas redes sociais, mas volta atrás e pede investigação
Depois de Trump, Milei também decide anunciar saída da Argentina da OMS