Eleitores na Suíça rejeitam em plebiscito plano de reforma de aposentadorias

Projeto que havia sido aprovado no parlamento e previa aumento de contribuições e redução de pagamentos recebeu apenas um terço de votos favoráveis da população

Eleitores suíços rejeitam um plano do governo para reformar os fundos de pensão das empresas
Por Bastian Benrath
22 de Setembro, 2024 | 08:21 AM

Bloomberg — Os eleitores suíços rejeitaram neste domingo (22) um plano do governo para reformar os fundos de pensão das empresas. É a segunda vez neste ano que uma proposta para adaptar o sistema de aposentadoria do país às mudanças demográficas foi rejeitada em um plebiscito.

O projeto de lei para aumentar as deduções salariais e reduzir os pagamentos de aposentadoria - medidas propostas para adaptar o sistema ao aumento da expectativa de vida - foi apoiado por apenas um terço do eleitorado, de acordo com os primeiros dados do governo publicados.

A reforma também previa pagamentos mais altos para pessoas com baixos salários. De acordo com o governo, as mulheres, em especial, teriam se beneficiado com isso.

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Ainda assim, depois que o parlamento aprovou o projeto de lei, sindicatos coletaram mais de 50.000 assinaturas para contestá-lo em um referendo popular, sob alegação de que o plano era uma fraude porque prevê que funcionários terão que pagar mais e receber menos.

Os suíços também votaram contra uma iniciativa para expandir a proteção das reservas naturais e, assim, limitar a construção de propriedades.

Pesquisas antes da votação previram ambos os resultados.

Em março, os eleitores haviam rejeitado uma proposta para aumentar a idade de aposentadoria e, posteriormente, vinculá-la à expectativa de vida. Em vez disso, a votação foi a favor de um plano para aumentar as pensões com um 13º pagamento anual. Para atender a essa demanda, o governo agora planeja aumentar o imposto sobre vendas.

Em relação aos fundos de pensão das empresas - o segundo pilar do sistema de aposentadoria suíço -, o governo provavelmente terá que elaborar uma reforma alternativa para tornar o sistema preparado para o futuro e a maior expectativa de vida.

Embora a demografia signifique que isso precisa ser resolvido mais cedo do que tarde, não há prazos rígidos para que o Conselho Federal apresente um novo plano.

No sistema de democracia direta da Suíça, os cidadãos votam até quatro vezes por ano em questões que vão desde a tributação até regras sobre como as vacas são criadas. O fato de um plano do governo ser rejeitado em um referendo é incomum, de acordo com os pesquisadores.

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