Eleição americana: entenda a contagem de votos nos estados que vão definir o resultado

Apuração decisiva deve começar às 21h (de Brasília), e Geórgia e Carolina do Norte terão resultados mais cedo; Pensilvânia, Michigan e Wisconsin só devem divulgar na madrugada de quarta

Eleição americana
05 de Novembro, 2024 | 10:07 AM

Bloomberg Línea — Enquanto os eleitores americanos começam a votar em uma das disputas políticas mais disputadas da história recente e com mais incertezas sobre quem deve conquistar a presidência dos EUA, especialistas dizem que a definição dos resultados passa pela apuração nos chamados “estados-pêndulo” - os swing states.

São estados em que não há uma preferência partidária clara e consolidada, caso da Califórnia para os democratas e do Texas para os republicanos. E isso significa que a maioria dos votos para um partido ou para o outro pode mudar a cada eleição, o que acaba determinando o vencedor no colégio eleitoral nacional.

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O sistema eleitoral dos Estados Unidos é descentralizado, o que significa que a votação popular nacional não necessariamente se traduz no vencedor.

As principais pesquisas de intenção de voto divulgadas até o dia da eleição americana mostram a vice-presidente democrata Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump empatados em quase todos os estados decisivos, o que indica que a apuração pode ser lenta e demorada.

É importante acompanhar especialmente os dados de apuração da Geórgia, da Carolina do Norte, da Pensilvânia, de Michigan, de Wisconsin. São os resultados desses cinco estados que vão indicar o quão acirrada será a disputa e quanto tempo pode levar para que haja definição sobre quem venceu o pleito.

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Veja a seguir informações sobre algumas das questões mais importantes para entender como será declarado o vencedor:

Quando sai o resultado das eleições americanas

Segundo um levantamento do jornal The New York Times, os primeiros dados importantes a serem divulgados devem ser os da Geórgia. A votação no estado se encerra às 21h (horário de Brasília), e a apuração começa logo em seguida, com a divulgação dos primeiros resultados - incluindo os de votação antecipada.

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Em seguida, às 21h30 (horário de Brasília), começa a apuração na Carolina do Norte, que também contou com votação antecipada.

Os resultados desses dois estados devem ser divulgados em poucas horas, ainda na noite de terça-feira, e podem já dar uma indicação clara sobre o destino das eleições nacionalmente.

Como os primeiros resultados devem ser interpretados

Se Harris vencer em um ou em ambos os estados (Geórgia e Carolina do Norte), ela abre uma vantagem importante no caminho para conquistar o número de delegados suficientes para se tornar a presidente.

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Se Trump estiver na frente, ou se não houver vencedor claro, a disputa passa então aos estados que encerram a votação nas horas seguintes.

Se não houver uma indicação clara de vencedor a partir dos resultados da Geórgia e da Carolina do Norte, a eleição pode ser decidida a partir da Pensilvânia, de Michigan e de Wisconsin - isso pode levar a uma demora maior para que saiam os resultados finais.

O que observar na Pensilvânia, em Michigan e em Wisconsin

A votação na Pensilvânia se encerra apenas às 22h (horário de Brasília), mas a apuração no estado tradicionalmente demora mais do que em outros lugares, pois a contagem de votos antecipados só começa ao fim da votação.

Se Trump vencer na Pensilvânia, na Geórgia e na Carolina do Norte, o caminho indicará grandes chances de ele conquistar a Casa Branca pela segunda vez.

Caso Harris não abra vantagem nos primeiros resultados, ela ainda tem chances caso vença na Pensilvânia, em Michigan e em Wisconsin.

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Em Michigan e Wisconsin, a votação se encerra somente às 23h (horário de Brasília), e é possível que os resultados só sejam finalizados durante a madrugada do Brasil.

Se após os resultados desses estados ainda não houver um vencedor claro, a decisão pode ficar com a apuração de Arizona e de Nevada, onde a votação se encerra às 23h e à 0h (horário de Brasília), respectivamente.

Nesses estados a contagem é tradicionalmente mais lenta e pode levar dias até uma finalização.

Como funciona a contagem nacional

Para além dos estados-pêndulo, é importante ressaltar que cada estado nos Estados Unidos adota seu próprio método de apuração e regras de contagem de votos.

Esse sistema descentralizado leva a uma variedade de prazos para a contagem e a divulgação dos resultados, o que pode gerar confusão no momento de acompanhar a apuração.

Em alguns estados, como o Arizona e a Pensilvânia, a contagem pode levar dias, enquanto outros estados, como a Flórida, tendem a apresentar resultados preliminares rapidamente.

Nos últimos anos, o número de eleitores que votam antecipadamente ou pelo correio aumentou, principalmente devido à pandemia. Esses votos são geralmente contados em horários diferentes dos votos presenciais no dia da eleição, o que pode influenciar as tendências iniciais.

Como é a cobertura da apuração

Os principais veículos da imprensa americana planejam acompanhar a contagem dos votos em tempo real, com projeções feitas por equipes de analistas e modelagem de dados. No entanto devido ao aumento no uso do voto antecipado e postal, as projeções iniciais podem não refletir o resultado final de maneira precisa.

Com a possibilidade de uma apuração prolongada, cresce o risco de desinformação nas redes sociais. Autoridades eleitorais e mídias implementam estratégias para combater notícias falsas e prevenir que declarações precipitadas sejam interpretadas como resultados oficiais.

Como funciona a eleição americana

A eleição nos Estados Unidos é decidida de acordo com os votos do chamado Colégio Eleitoral. Cada estado americano tem um número específico de delegados representantes no Colégio Eleitoral, que varia de acordo com o tamanho da população.

Ao todo, o Colégio Eleitoral tem 538 votos. O candidato à presidência que alcançar pelo menos 270 votos (metade mais um) é considerado o vencedor.

Na maior parte dos estados americanos, o candidato à presidência que tiver a maioria dos votos dos eleitores leva todos os votos do Colégio Eleitoral daquele estado.

Por exemplo, se Kamala Harris ou Donald Trump tiverem 51% dos votos na Pensilvânia, eles ganham todos os 19 votos dos delegados do estado no Colégio Eleitoral.

A exceção são os estados de Maine e Nebraska, que têm regras específicas. Nesses estados, os votos do Colégio Eleitoral são distribuídos por distrito (um voto por distrito) e dois outros votos são destinados à votação total estadual.

O Maine tem 4 votos no Colégio Eleitoral (2 para a votação estadual e 2 distribuídos entre os distritos). Já Nebraska tem 5 votos (2 para a votação estadual, e três para os distritos).

Quais os estados decisivos

Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin são considerados os estados mais decisivos porque eles têm uma quantidade significativa de votos no Colégio Eleitoral e são onde as pesquisas eleitorais mostram uma disputa mais apertada entre Donald Trump e Kamala Harris.

O modelo da eleição americana possibilita que um candidato consiga vencer a eleição mesmo sem receber a maioria dos votos populares nacionalmente.

Foi o que ocorreu em 2016, quando Trump venceu Hillary Clinton apesar de a candidata democrata ter recebido 2,87 milhões de votos a mais do que o republicano.

Naquela ocasião, Trump foi o candidato mais votado em 30 estados, além de conquistar um distrito no Maine, o que lhe permitiu alcançar 304 votos no Colégio Eleitoral. Já Hillary venceu em 20 estados e no distrito da capital, Washington D.C., levando 227 votos.

A reunião dos representantes do Colégio Eleitoral ocorre em 17 de dezembro, quando os delegados depositam seus votos e o candidato à presidência é confirmado vencedor formalmente.

Embora seja raro, é possível que algum delegado dissidente decida votar contra o candidato eleito no estado. Quando isso ocorre, em algumas ocasiões, o delegado pode ser substituído e ter seu voto invalidado. Os votos dos dissidentes não costumam alterar o resultado final da eleição.

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