Efeito Messi: argentino é esperança para alavancar futebol nos EUA

Apenas um em cada 10 americanos é fã do esporte, ante 44% que acompanham o futebol americano. Chegada de Messi ao Inter Miami deve incentivar modalidade

25% dos adultos americanos afirmam que planejam acompanhar uma temporada da MLS de perto com Messi no Inter Miami (Fotógrafo: Chandan Khann/Getty Images)
22 de Julho, 2023 | 01:08 PM

Bloomberg Línea — Nos Estados Unidos, o futebol de Pelé e Maradona é conhecido como soccer e, por lá, apenas 13% dos fãs de esportes americanos disseram que acompanham nosso futebol “todos os dias” ou “várias vezes por semana”, em comparação com 44%, 33% e 32% que disseram o mesmo para futebol americano, beisebol e basquete, respectivamente.

Esse cenário parece basicamente hostil ou pouco propício para a chegada de Lionel Messi, considerado o melhor jogador do mundo, ao Inter Miami, time da Major League Soccer (MLS).

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No entanto, empresários esportivos apostam no craque argentino para mudar a realidade do futebol nos Estados Unidos. O mesmo vale para as marcas, que estão começando a entrar na onda com a expectativa de criar um nicho de abundância publicitária.

Também parece ser um terreno difícil para a próxima Copa do Mundo, que em 2026 será disputada pela primeira vez em três países: Canadá, México e Estados Unidos. Ainda assim, as apostas dos empresários do setor continuam altas.

A indústria do futebol nos Estados Unidos é moldada pela MLS, que recentemente adicionou um 30º time em San Diego, enquanto a National Women’s Soccer League (NWSL) de futebol feminino espera expandir para 16 times até 2026.

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O valuation dos times também continua aumentando: o LAFC tornou-se a primeira franquia da MLS a atingir a marca de US$ 1 bilhão em 2023. Enquanto isso, a NWSL teve valuation recorde acima de US$ 50 milhões, com um time da área da Baía de São Francisco pronto para começar a jogar em 2024.

De acordo com um relatório da Morning Consult, 40% dos fãs de esportes acham o futebol chato de assistir e 19% acham que ele é muito lento. Esses fatores contribuem para a percepção generalizada de que a modalidade não é tão empolgante quanto outras mais populares no país.

Oportunidades

Uma das principais estratégias para aumentar a popularidade do futebol nos Estados Unidos é atingir as gerações mais jovens, especialmente os millennials, que representam a maioria dos fãs da modalidade no país. Também é importante envolver a geração Z, que é um público-chave para o futuro do esporte.

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Acontece que a diversidade observada entre os cidadãos dos Estados Unidos não se reflete na audiência do futebol. De acordo com a Morning Consult, cerca de sete em cada dez fãs de futebol, definidos como aqueles que assistem, leem ou buscam informações sobre o esporte pelo menos uma vez por mês, são homens, e mais da metade se identifica como branca.

Eles também tendem a ser mais jovens (a maioria é millennial), embora não sejam os que ganham mais (43% ganham menos de US$ 50 mil por ano).

O setor está convencido de que os millennials fãs de futebol podem transmitir essa paixão a seus filhos, que pertencerão à geração Alpha, como aconteceu com a anterior e o beisebol ou o futebol americano.

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Para isso, o setor também está buscando apoio nos videogames: 12% dos entrevistados da geração millennial e hispânicos disseram que jogam videogames de futebol várias vezes por semana ou todos os dias – quase o dobro do adulto americano médio.

“Efeito Messi”?

Os dados mais recentes da pesquisa mostram que 25% dos adultos dos Estados Unidos disseram que planejam acompanhar uma temporada da MLS com Messi jogando pelo Inter Miami “muito” ou “um pouco” de perto, um aumento de sete pontos em relação a novembro de 2022.

Mesmo assim, 63% dos fãs de esportes disseram, em junho, que planejam acompanhar uma temporada da MLS com Messi jogando pelo Inter Miami “não muito de perto” ou “nem um pouco de perto”.

Três quartos dos adultos (75%) e quase um em cada três fãs de futebol (32%) disseram o mesmo. Mesmo entre aqueles que têm uma opinião favorável sobre a MLS, 46% disseram que não acompanharão a liga muito de perto, se é que acompanharão.

Enquanto isso, em termos de patrocínios, XBTO, AutoNation, Baptist Health, Heineken, Florida Blue e Adidas estão atualmente listados como patrocinadores no site oficial do clube, o fundador da GMB Press, Martin Bal, e espera-se que mais contratos sejam adicionados nos próximos dias.

Em sua análise, o Atlanta United é o time “campeão de patrocinadores”, recebendo apoio de Mercedes Benz, American Family Insaurance, AT&T, Coca-Cola, Delta, Equifax, Loteria, Georgia Power, IBM, Novelis, Scania Energy, The Home Depot, Ticketmaster, Truist, Globalpayments e Adidas, entre outros.

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Lorena  Guarino

Jornalista argentino, especializado em negócios e economia há mais de 20 anos. Foi editora geral da Forbes Argentina e anteriormente desenvolvida em jornais como La Nación, El Cronista Comercial e Buenos Aires Economico e Infobae entre outros.