Bloomberg — Empresas de transporte marítimo pagaram um total de US$ 235 milhões até agora este ano para pular a fila e contornar o congestionamento no Canal do Panamá, à medida que a seca limitou a quantidade de embarcações que podem entrar na via navegável, de acordo com dados da consultoria Waypoint Port Services.
Esse valor é 20% maior do que as empresas pagaram durante todo o ano de 2022 para ter prioridade na passagem. É também o suficiente para cobrir uma queda de receitas estimada em US$ 200 milhões que o canal enfrenta devido à redução no tráfego este ano, com base em estimativas da empresa de serviços financeiros ING Groep.
A Autoridade do Canal do Panamá leiloa vagas prioritárias para as transportadoras entrarem no sistema, e as ofertas dispararam para níveis recordes este ano, à medida que uma seca impulsionada pelo El Niño reduziu os níveis de água a uma baixa sem precedentes, levando os funcionários a reduzir drasticamente o tráfego. As taxas de leilão são pagas além das tarifas usuais para atravessar o canal.
A autoridade do canal planeja continuar restringindo o acesso até fevereiro de 2024 para conservar água, aumentando ainda mais a competição entre as transportadoras desesperadas para acelerar a passagem pela via navegável.
Os leilões forneceram opções para clientes que, de outra forma, não teriam reservas, e os preços foram determinados pelas dinâmicas de mercado, disse um porta-voz do Canal do Panamá, que acrescentou que ainda é cedo para prever o impacto dos leilões nas receitas.
“Com a quantidade de dinheiro sendo paga nos leilões e a quantia de dinheiro que os clientes estão dispostos a investir, realmente não sabemos onde isso vai acabar”, disse Francisco Torné, gerente do país do Panamá para a Waypoint.
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