Desaceleração acentuada da economia na China aprofunda desafios de Xi Jinping

No segundo trimestre, o PIB chinês cresceu 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo das estimativas em pesquisa da Bloomberg com economistas

Aposta do presidente Xi Jinping no setor industrial e de tecnologia para impulsionar o crescimento na era pós-pandemia deu pouco resultado
Por Bloomberg News
15 de Julho, 2024 | 11:22 AM

Bloomberg — O crescimento da China desacelerou inesperadamente para o ritmo mais lento em cinco trimestres, com um consumo fraco que ofuscou o salto das exportações e eleva a pressão sobre as autoridades para anunciar mais estímulos em uma importante cúpula política esta semana.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo de todas, exceto uma, das 28 estimativas em pesquisa da Bloomberg com economistas.

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As vendas no varejo aumentaram no ritmo mensal mais lento desde dezembro de 2022, o que sugere que os vários esforços do governo para fortalecer a confiança do consumidor chinês surtiram pouco efeito.

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A aposta do presidente Xi Jinping no setor industrial e de tecnologia para impulsionar o crescimento na era pós-pandemia deu algum resultado, com a produção robusta das fábricas.

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Mas essa estratégia já enfrenta ventos geopolíticos contrários, e os riscos podem aumentar com uma possível vitória de Donald Trump, que ameaçou elevar as tarifas sobre as importações chinesas se for reeleito. A campanha do republicano se fortaleceu com o atentado que ele sofreu no fim de semana.

“A probabilidade crescente de um governo Trump 2.0 significa que a China necessitará de esforços políticos adicionais para impulsionar a demanda interna de forma ágil, em meio aos riscos negativos para a demanda externa”, afirmou Xiaojia Zhi, economista do Credit Agricole CIB, em Hong Kong.

Gráfico: Crescimento da China desacelera mais que o esperado

Os dados publicados nesta segunda-feira (15) alimentaram apelos às autoridades para que aumentem gastos às vésperas da cúpula convocada por Xi para definir políticas de longo prazo.

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O encontro de quatro dias nesta semana provavelmente se concentrará na “promoção da alta tecnologia e da indústria como caminho para maior produtividade e crescimento sustentado no longo prazo”, disse Duncan Wrigley, economista-chefe para China da Pantheon Macroeconomics.

É improvável que anunciem “reformas abrangentes para criar um modelo de crescimento impulsionado pelo consumo”, disse ele.

A crise imobiliária continua a ser um obstáculo significativo para a segunda maior economia do mundo. Os preços de imóveis residenciais novos nas principais cidades chinesas caíram pelo 13º mês consecutivo em junho.

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Um dado que ilustra a dificuldade de estimular os gastos das famílias chinesas é a queda das vendas no varejo de carros, de 6,2% em junho, apesar de novos incentivos financeiros.

Foi o recuo mais acentuado em mais de um ano. As vendas de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo caíram 7,6% no mês passado para o nível mais baixo desde 2022.

O Goldman Sachs (GS) cortou a previsão de crescimento da China este ano de 5% para 4,9%, um rebaixamento que ainda permitiria ao país atingir sua meta de cerca de 5%.

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