Desaceleração acentuada da economia na China aprofunda desafios de Xi Jinping

No segundo trimestre, o PIB chinês cresceu 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo das estimativas em pesquisa da Bloomberg com economistas

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Bloomberg — O crescimento da China desacelerou inesperadamente para o ritmo mais lento em cinco trimestres, com um consumo fraco que ofuscou o salto das exportações e eleva a pressão sobre as autoridades para anunciar mais estímulos em uma importante cúpula política esta semana.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo de todas, exceto uma, das 28 estimativas em pesquisa da Bloomberg com economistas.

As vendas no varejo aumentaram no ritmo mensal mais lento desde dezembro de 2022, o que sugere que os vários esforços do governo para fortalecer a confiança do consumidor chinês surtiram pouco efeito.

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A aposta do presidente Xi Jinping no setor industrial e de tecnologia para impulsionar o crescimento na era pós-pandemia deu algum resultado, com a produção robusta das fábricas.

Mas essa estratégia já enfrenta ventos geopolíticos contrários, e os riscos podem aumentar com uma possível vitória de Donald Trump, que ameaçou elevar as tarifas sobre as importações chinesas se for reeleito. A campanha do republicano se fortaleceu com o atentado que ele sofreu no fim de semana.

“A probabilidade crescente de um governo Trump 2.0 significa que a China necessitará de esforços políticos adicionais para impulsionar a demanda interna de forma ágil, em meio aos riscos negativos para a demanda externa”, afirmou Xiaojia Zhi, economista do Credit Agricole CIB, em Hong Kong.

Os dados publicados nesta segunda-feira (15) alimentaram apelos às autoridades para que aumentem gastos às vésperas da cúpula convocada por Xi para definir políticas de longo prazo.

O encontro de quatro dias nesta semana provavelmente se concentrará na “promoção da alta tecnologia e da indústria como caminho para maior produtividade e crescimento sustentado no longo prazo”, disse Duncan Wrigley, economista-chefe para China da Pantheon Macroeconomics.

É improvável que anunciem “reformas abrangentes para criar um modelo de crescimento impulsionado pelo consumo”, disse ele.

A crise imobiliária continua a ser um obstáculo significativo para a segunda maior economia do mundo. Os preços de imóveis residenciais novos nas principais cidades chinesas caíram pelo 13º mês consecutivo em junho.

Um dado que ilustra a dificuldade de estimular os gastos das famílias chinesas é a queda das vendas no varejo de carros, de 6,2% em junho, apesar de novos incentivos financeiros.

Foi o recuo mais acentuado em mais de um ano. As vendas de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo caíram 7,6% no mês passado para o nível mais baixo desde 2022.

O Goldman Sachs (GS) cortou a previsão de crescimento da China este ano de 5% para 4,9%, um rebaixamento que ainda permitiria ao país atingir sua meta de cerca de 5%.

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