CPI: núcleo de inflação dos EUA sobe 0,3% em novembro, em linha com o esperado

Na comparação anual, o avanço foi de 3,3%, segundo o governo americano

Os preços dos produtos alimentícios aumentaram 0,5%, o maior avanço desde o início do ano passado. (Foto: Christopher Dilts/Bloomberg)
Por Augusta Saraiva
11 de Dezembro, 2024 | 01:05 PM

Bloomberg — O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que desconsidera preços de itens mais voláteis como os de alimentos e energia, subiu 0,3% em novembro pelo quarto mês consecutivo, segundo os dados do governo americano nesta quarta-feira (11). Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 3,3%.

O resultado veio dentro da previsão de economistas consultados pela Bloomberg News.

PUBLICIDADE

Os economistas consideram o núcleo como um indicador mais confiável da tendência da inflação do que a leitura geral do CPI. Essa medida, que inclui alimentos e energia, avançou 0,3% em relação ao mês anterior e 2,7% em relação ao ano anterior.

Os custos de moradia, uma das fontes mais persistentes de inflação nos últimos anos, arrefeceram em relação ao mês anterior, mas a categoria ainda foi responsável por quase 40% do avanço geral.

“Especialmente devido à desaceleração nos abrigos, isso deve ser muito confortável para que o Fed reduza as taxas de juros em 25 pontos-base em dezembro e continue cortando em 2025″, disseram os economistas do Citigroup, Veronica Clark e Andrew Hollenhorst, em uma nota.

PUBLICIDADE

O relatório do CPI mostrou que os custos de bens, ao excluir alimentos e energia, subiram 0,3%, o maior aumento desde maio de 2023, impulsionados por móveis e vestuário. Essa categoria foi um grande impulsionador da desinflação no último ano e meio.

Os preços das estadias em hotéis tiveram o maior aumento em dois anos, enquanto os preços dos carros também subiram, possivelmente refletindo um aumento temporário na demanda após dois furacões.

Os preços dos produtos alimentícios aumentaram 0,5%, o maior avanço desde o início do ano passado.

PUBLICIDADE

Por outro lado, parte do motivo pelo qual as autoridades do Fed indicaram que não têm pressa em reduzir os custos dos empréstimos é porque não acreditam mais que o mercado de trabalho seja uma fonte de inflação.

Ao olhar para o futuro, ainda não se sabe até que ponto a agenda do presidente eleito Donald Trump pesará sobre a trajetória da inflação. Embora as opiniões dos consumidores sobre a economia e suas finanças tenham melhorado desde que ele selou seu retorno à Casa Branca, muitos economistas dizem que algumas de suas promessas de campanha podem exercer pressão adicional sobre a inflação. Algumas empresas, por exemplo, estão considerando aumentar os preços na expectativa de tarifas mais altas.

--Com a ajuda de Chris Middleton, Matthew Boesler, Maria Clara Cobo, Craig Torres e Carter Johnson.

Veja mais em bloomberg.com