CPI: núcleo da inflação dos EUA sobe 0,4% em março, acima do esperado

Economistas consultados pela Bloomberg previam alta de 0,3% para o núcleo do CPI na comparação mensal; em 12 meses, alta foi de 3,8%

Gen Z Spending Gets Supercharged by Inflation and Wage Growth
10 de Abril, 2024 | 09:38 AM

Bloomberg Línea — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teve alta de 0,4% em março, a mesma variação do mês anterior, acima do esperado pelo mercado.

Os dados mostram a resiliência da economia americana e, segundo analistas do mercado financeiro, podem levar o Federal Reserve a questionar um possível corte dos juros em junho.

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Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) também subiu 0,4% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho americano.

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

Nos 12 meses encerrados em março, o núcleo subiu 3,8%, enquanto o indicador principal avançou 3,5%.

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Estimativa da Bloomberg indicava alta de 0,3% na base mensal tanto para o índice geral quanto para o núcleo.

Os índices futuros de ações dos EUA, que subiam antes da divulgação, amenizaram os ganhos após os dados. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), o S&P 500 Futuro subia 0,15%, enquanto o Nasdaq 100 Futuro, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha variação positiva de 0,16%.

Juros nos EUA

Investidores têm monitorado de perto dados da economia dos EUA, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros no país.

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Os dados econômicos dos EUA continuam fortes e as autoridades do Fed têm se mostrado contrárias à necessidade de afrouxamento monetário, com algumas até mesmo enfatizando o risco de aumentos caso o progresso na inflação diminua.

Os traders chegaram, inclusive, a reduzir as apostas em cortes das taxas para apenas duas reduções este ano, ante três anteriormente e seis no início do ano.

Em março, a economia dos Estados Unidos criou 303 mil empregos, enquanto a taxa de desemprego ficou em 3,8%, segundo o relatório de folha de pagamento (payroll).

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O resultado, que ficou acima das 231 mil vagas registradas um ano atrás, também veio acima das previsões de economistas consultados pela Bloomberg, que previam a criação de 214 mil postos de trabalho. Em fevereiro, o total havia sido de 270 mil.

Os dados sinalizam que, apesar dos juros altos, o mercado de trabalho segue resiliente. E pode endossar o discurso do Fed de que não há pressa para cortar os juros.

As atenções se voltam agora para a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) nesta tarde.

-- Com informações da Bloomberg News

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.