Bloomberg Línea — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teve alta de 0,4% em fevereiro, após ter avançado 0,3% no mês anterior, mostrando novamente a resiliência da economia americana.
Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) também subiu 0,4% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Departamento do Trabalho americano.
O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o núcleo subiu 3,8%, enquanto o indicador principal avançou 3,2%.
Estimativa da Bloomberg Economics indicava alta de 0,4% na base mensal para o CPI e de 0,3% para o núcleo do CPI. Na comparação anual, as estimativas eram de alta de 3,1% e de 3,7%, respectivamente.
Os dados de inflação foram puxados pela alta nos preços de moradia e gasolina, segundo o Departamento do Trabalho americano. Juntos, os dois itens contribuíram com mais de 60% do aumento mensal no índice.
Os índices futuros de ações dos EUA, que subiam antes da divulgação, passaram a oscilar após os dados. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), o S&P 500 Futuro caía 0,08%, enquanto o Nasdaq 100 Futuro, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha variação positiva de 0,16%.
Fomc à vista
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) se reúne na próxima semana para decidir o rumo das taxas de juros na maior economia no mundo.
Membros do Federal Reserve têm defendido que são necessárias mais evidências de que a inflação está a caminho da meta de 2%.
Na semana passada, durante testemunho perante o Congresso, o presidente do Fed Jerome Powell reiterou aos legisladores que o banco central dos EUA não tem pressa para cortar as taxas de juros até que os formuladores de políticas monetárias estejam convencidos de que venceram a batalha contra a inflação.
Ele afirmou que provavelmente será apropriado começar a reduzir os juros “em algum momento deste ano”, mas deixou claro que esta não é a hora.
As falas ecoaram uma mensagem consistente de quase todos os funcionários do Fed nas últimas semanas: a economia e o mercado de trabalho estão fortes, o que significa que o Fed tem tempo para esperar por mais evidências de que a inflação está voltando para sua meta antes de cortar as taxas de juros.
Em fevereiro, os EUA criaram 275.000 vagas de emprego, segundo dados do payroll. O resultado veio acima da expectativa de economistas consultados pela Bloomberg que estimavam a criação de 200.000 vagas no período. Já a taxa de desemprego ficou em 3,9%, avançando em relação aos três meses anteriores, quando se manteve em 3,7%
-- Com informações da Bloomberg News