CPI: núcleo da inflação dos EUA sobe 0,3% em abril, em linha com o esperado

Índice principal também teve alta de 0,3% no mês, após variação positiva de 0,4% em março; em 12 meses, o núcleo avança 3,6% até abril

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Bloomberg Línea — O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia, subiu 0,3% em abril na comparação mensal, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Departamento do Trabalho americano.

Já o índice principal também teve alta de 0,3% no mês, após variação de 0,4% em março. Nos 12 meses encerrados em abril, o núcleo subiu 3,6%, enquanto o indicador cheio avançou 3,4%. Até março, a alta em um ano era de 3,8% e de 3,5%, respectivamente.

Estimativa de economistas consultados pela Bloomberg indicava alta de 0,3% na base mensal para o núcleo e de 0,4% para o índice geral, em parte devido a preços mais altos de combustíveis.

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

Os índices futuros de ações dos EUA, que operavam próximos da estabilidade, ganharam força após a divulgação. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), o S&P 500 Futuro subia 0,61%, enquanto o Nasdaq 100 Futuro, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha ganhos de 0,68%.

Inflação nos EUA

Os dados de inflação ao consumidor dos EUA desta quarta eram amplamente aguardados pelo mercado financeiro, após dados de preços ao produtor subirem acima do previsto em abril, sugerindo que as pressão inflacionárias estão levando mais tempo para diminuir.

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final aumentou 0,5% em relação ao mês anterior, após uma queda revisada para baixo de 0,1% em março. Em comparação com o ano anterior, o IPP subiu 2,2%.

O núcleo do PPI, que exclui alimentos e energia, também aumentou 0,5% em relação ao mês anterior, após uma queda semelhante em março. A medida principal aumentou 2,4% na base anual.

Também ontem, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o banco central americano precisa ser paciente e deixar que os juros altos continuem a surtir efeito, dada a falta de progresso com a inflação nos últimos meses.

Powell disse que espera que a inflação mensal caia, mas os dados do primeiro trimestre diminuíram sua confiança. Ele descreveu a atual política monetária como restritiva.

“O primeiro trimestre nos Estados Unidos foi notável pela falta de progressos adicionais com a inflação”, disse Powell na terça-feira (14) durante um evento organizado pela Associação de Banqueiros Estrangeiros em Amesterdã.

“Não esperávamos que fosse uma trajetória tranquila, mas [os dados] foram mais altos do que acho que qualquer um esperava.”

“O que isso nos diz é que precisaremos ser pacientes e deixar que a política restritiva faça o seu trabalho”, acrescentou.

-- Com informações da Bloomberg News