CPI: núcleo da inflação dos EUA sobe 0,1% em junho e desacelera mais que o esperado

Economistas consultados pela Bloomberg previam avanço de 0,2%, em linha com a variação em maio; na comparação anual, o núcleo do CPI teve alta de 3,3%

Por

Bloomberg Línea — O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que desconsidera preços de itens mais voláteis como os de alimentos e energia, subiu 0,1% em junho na comparação mensal, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Departamento do Trabalho americano.

A expectativa, segundo economistas consultados pela Bloomberg, era de avanço de 0,2% do núcleo em junho, pelo segundo mês consecutivo.

Na taxa anual, o núcleo subiu 3,3%, também abaixo da estimativa de desaceleração para 3,4%. O número, no entanto, segue acima da meta de 2% perseguida pelo Fed.

Leia também: Powell: mais dados positivos de inflação aumentariam a confiança em cortar juros

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve (Fed) em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

Já o índice principal do CPI teve variação negativa de 0,1% em junho, após ficar estável (0,0%) em maio; em 12 meses avançou 3%. O consenso da Bloomberg apontava para altas de 0,1% e 3,1%, respectivamente.

O resultado ajuda a solidificar as projeções de que o Fed começará a cortar as taxas de juros em setembro, marcando o primeiro passo para flexibilizar a política monetária após o aperto mais agressivo desde o início da década de 1980.

Os contratos futuros de ações dos EUA, que operavam perto da estabilidade, passaram a subir após a divulgação: o S&P 500 futuro subia 0,14%, enquanto o Nasdaq futuro tinha alta de 0,29% às 9h40 (horário de Brasília).

Corte dos juros

Os dados de inflação dos EUA são monitorados de perto por investidores, que buscam balizar suas apostas em um corte dos juros na reunião de política monetária em setembro.

Em maio, o núcleo do PCE, o índice de inflação mais acompanhado pelo Fed, desacelerou para 0,1%, enquanto na comparação anual recuou de 2,8% para 2,6%, no menor valor desde março de 2021.

O resultado, que veio em linha com o esperado por economistas consultados pela Bloomberg, sinalizou uma desaceleração dos preços, que é justamente o objetivo da política monetária do Federal Reserve, abrindo espaço para corte nos juros.

Ontem, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse ao Congresso que o banco central não precisa que a inflação esteja abaixo de 2% antes de cortar as taxas, e observou que o mercado de trabalho esfriou “significativamente”.

Os comentários vêm na sequência de outro depoimento de Powell ao Senado, na terça, no qual ele afirmou que “mais dados bons” fortaleceriam a confiança de que a inflação está se aproximando da meta.

-- Com informações de Bloomberg News