CPI: inflação dos EUA sobe 0,3% em dezembro, acima do esperado

Economistas consultados pela Bloomberg previam alta de 0,2% para o índice geral na comparação mensal; em 2023, alta foi de 3,4%

Las ventas minoristas en EE.UU. suben inesperadamente en un buen comienzo de vacaciones
11 de Janeiro, 2024 | 10:37 AM

Bloomberg Línea — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos acelerou para 0,3% em dezembro, após ter avançado 0,1% no mês anterior.

Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) também subiu 0,3% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Departamento do Trabalho americano.

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

No acumulado de 2023, o núcleo subiu 3,9%, enquanto o indicador principal avançou 3,4%.

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Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg indicava alta de 0,2% na base mensal e de 3,2% na anual. Já para o núcleo, as estimativas eram de aumento de 0,3% na comparação mensal e de 3,8% em 12 meses.

O avanço do índice em dezembro deve-se, principalmente, ao setor de moradia, que contribuiu para metade da alta dos itens consultados. O subitem de energia veio na sequência, com alta de 0,4% no mês passado. Já a categoria de alimentação teve alta de 0,2%, estável em relação a novembro.

Os índices futuros de ações dos EUA, que subiam antes da divulgação, viraram para queda após os dados acima do esperado. Por volta das 10h40 (horário de Brasília), o S&P 500 Futuro caía 0,33%, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha queda de 0,27%.

Cortes de juros à vista?

Com os investidores balizando suas apostas sobre a trajetória de juros do Federal Reserve, os dados de inflação desta quinta são monitorados de perto.

Muitos investidores previam que o Fed encerraria o aperto monetário mais cedo, mas a economia dos EUA se mostrou mais robusta do que o previsto, com dados de emprego mostrando que o mercado de trabalho dos EUA segue resiliente.

Na semana passada, por exemplo, o relatório de empregos payroll mostrou a criação de 216.000 vagas em dezembro, acima das 170.000 esperadas por economistas consultados pela Bloomberg, A taxa de desemprego, por sua vez, se manteve em 3,7%.

A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acontece nos dias 30 e 31 de janeiro.

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Na avaliação da JPMorgan Asset Management, os cortes do Fed podem ser mais profundos do que a expectativa atual do mercado e levar a um rali dos títulos do Tesouro americano com vencimentos mais curtos.

“A precificação do mercado é de aproximadamente 1,5 ponto percentual de cortes e esse é provavelmente um cenário razoável”, disse à Bloomberg News Seamus Mac Gorain, chefe de taxas globais da gestora, que tem quase US$ 3 trilhões sob gestão. Mas se a economia piorar, a redução pode ser “um pouco maior do que isso.”

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.