Conflitos regionais e protecionismo ameaçam a economia mundial, diz FMI

Fundo Monetário Internacional aponta que os riscos crescentes no cenário internacional elevam as incertezas para as perspectivas econômicas

“Os riscos estão aumentando para o lado negativo", disse o economista-chefe do fundo Pierre-Olivier Gourinchas
Por Eric Martin
22 de Outubro, 2024 | 11:51 AM

Bloomberg — O Fundo Monetário Internacional (FMI) ajustou a previsão de crescimento global para o ano que vem e alertou sobre os riscos crescentes, de guerras a protecionismo, ao mesmo tempo em creditou aos bancos centrais o controle da inflação sem levar os países à recessão.

O PIB global se expandirá 3,2%, um ajuste para baixo de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa de julho, disse o FMI em uma atualização de seu World Economic Outlook divulgada nesta terça-feira (22). A projeção para este ano ficou inalterada em 3,2%.

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A inflação desacelerará para 4,3% no próximo ano, de 5,8% em 2024.

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O fundo vem alertando há alguns anos que a economia mundial provavelmente deve manter o atual ritmo de crescimento no médio prazo, o que é baixo para dar às nações os recursos necessários para reduzir a pobreza e enfrentar as mudanças climáticas.

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“Os riscos estão aumentando para o lado negativo e há uma incerteza crescente na economia global”, disse o economista-chefe do fundo Pierre-Olivier Gourinchas.

“Há risco geopolítico, com potencial para escalada de conflitos regionais”, o que pode afetar os mercados de commodities.

“Há um aumento do protecionismo, de políticas protecionistas, interrupções no comércio que também podem afetar a atividade global.”

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Embora a previsão não mencione explicitamente as eleições dos Estados Unidos, o pleito que ocorre em duas semanas paira sobre a reunião de ministros de finanças e banqueiros centrais de quase 200 países no FMI e Banco Mundial, em Washington.

O FMI manifestou na semana passada preocupação com a dívida pública global, que deverá atingir US$ 100 trilhões, ou 93% do Produto Interno Bruto mundial, até o final deste ano. O aumento é impulsionado, principalmente, pelos Estados Unidos e pela China.

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O fundo tem pedido aos governos que tomem decisões difíceis para estabilizar os empréstimos. Com pouco apetite político para cortar gastos em meio a pressões para financiar energia mais limpa, apoiar populações envelhecidas e reforçar a segurança, os “riscos para a perspectiva da dívida estão fortemente inclinados para cima”, informou o FMI.

O FMI aplaudiu os bancos centrais por abrandarem a inflação sem levar as economias à recessão, o que Gourinchas chamou de “uma grande conquista” com base nas expectativas para as medidas necessárias esperadas há alguns anos para atingir a desinflação.

Ainda assim, o mundo enfrenta riscos de a política monetária afetar o crescimento mais do que o pretendido, agravar as pressões da dívida soberana em economias emergentes e em desenvolvimento e novos picos nos preços de alimentos e energia devido a choques climáticos, guerras e tensões geopolíticas, disse o FMI.

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