Como o ataque a Trump deve estimular a base republicana e afetar a eleição nos EUA

Imagem do ex-presidente ensanguentado e com o pulso erguido, com a bandeira americana ao fundo, viraliza nas redes sociais e na TV e reforça seu apelo de candidato da resistência

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Bloomberg — Um momento de violência política aterrorizante em um comício na Pensilvânia, no sábado (13), transformou-se instantaneamente em uma peça da iconografia de Donald Trump que provavelmente turbinará sua candidatura presidencial.

As imagens de um Trump desafiador - com o punho erguido sobre a cabeça e a orelha direita ensanguentada, cercado por agentes do Serviço Secreto e com a bandeira americana tremulando ao fundo - estão em alta nas mídias sociais e na televisão.

Seus apoiadores, muitos dos quais o viam como uma figura do movimento e um mártir muito antes da violência de sábado, aproveitaram as fotos como uma metáfora da resiliência do ex-presidente.

Essa é a avaliação de Ian Bremmer, presidente da consultoria de risco político Eurasia Group, em análise enviada a clientes e em seu perfil em redes sociais depois do ataque a Trump, que, segundo ele, amplia as suas chances de vitória na eleição.

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Uma bala perfurou a parte superior de sua orelha direita, disse Trump. O atirador está morto, assim como uma pessoa que assistia ao comício, de acordo com o promotor público do condado de Butler.

Vários candidatos à vice-presidência e senadores expressaram seu apoio e compartilharam imagens da cena, enquanto o bilionário Elon Musk publicou uma mensagem no X que dizia: "Eu apoio totalmente o presidente Trump e espero que ele se recupere rapidamente".

David Urban, um conselheiro informal de Trump e lobista que ajudou a comandar sua operação na Pensilvânia em 2016, disse que espera que o tiroteio possa unir os americanos em torno de Trump.

“Donald Trump é um lutador”, disse Urban. “Essa foto será icônica.”

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Polarização e troca de ataques

O tiroteio no comício mostra a divisão dessa revanche da disputa presidencial de 2020 entre Trump e o presidente Joe Biden, bem como uma sensação iminente de violência política que agora permeia o discurso político.

“Acho que estamos todos chocados”, disse Cooper Waldron, de 22 anos, um republicano registrado e apoiador de Trump de East Peoria, no estado do Illinois. “Nunca se espera que algo assim aconteça em uma eleição nos EUA.”

Metade dos eleitores de estados indecisos já havia dito que temia a violência em torno da eleição em uma pesquisa Bloomberg/Morning Consult realizada em maio.

David McCormick, candidato republicano ao Senado na Pensilvânia, estava no comício e perto de Trump quando o candidato foi baleado.

Duas pessoas que estavam sentadas atrás dele no comício também foram baleadas, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, trazendo o espectro da violência não apenas para uma campanha presidencial mas também para as legislativas.

No sábado, vários legisladores republicanos atribuíram a culpa pelo tiroteio à retórica de seus oponentes políticos, apimentando a mídia social com declarações inflamadas e fazendo alegações infundadas de que os democratas teriam incitado a violência.

Democratas proeminentes, incluindo o presidente Biden, se reuniram em torno de Trump.

"Sou grato por saber que ele está seguro e bem", disse Biden na noite de sábado. "Não há lugar para esse tipo de violência nos Estados Unidos. Devemos nos unir como uma nação para condená-la."

Muitas pesquisas já mostravam Trump com uma vantagem consistente sobre Biden em pesquisas nacionais e em estados indecisos - os swing states. O desempenho desastroso de Biden no debate do mês passado foi considerado - por ambos os lados - como um fator de ajuda para a candidatura de Trump.

Nesta semana que começa, Trump deve anunciar sua escolha para vice-presidente e ser a atração principal da Convenção Nacional Republicana em Milwaukee.

Uma grande parte da campanha de Trump, incluindo os principais assessores, estava em Milwaukee no momento do tiroteio. Não ficou claro como o tiroteio afetará a segurança do evento, em que milhares de republicanos vão se reunir para sua convenção política que ocorre uma vez a cada quatro anos.

- Com a colaboração de Jennifer Jacobs e Tyler Kendall.

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