China: mais longa sequência de deflação pressiona BC a tomar medidas de estímulo

Índice de preços ao consumidor caiu 0,3% em dezembro em relação ao ano anterior, em linha com as expectativas de um 3º mês consecutivo de quedas

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Bloomberg — A China registrou a mais longa sequência de queda de preços ao consumidor desde 2009, o que pode exigir mais medidas de estímulo para reverter a deflação que ameaça o crescimento econômico, enquanto as exportações do país tiveram seu primeiro declínio anual em sete anos.

O índice de preços ao consumidor caiu 0,3% em dezembro em relação ao ano anterior, em linha com as expectativas dos economistas de um terceiro mês consecutivo de quedas.

Os preços ao produtor, que têm registrado declínio há mais de um ano, caíram 2,7%, diante do custo menor das matérias-primas e da demanda fraca dentro e fora da China.

As exportações chinesas caíram 4,6% no ano passado, a primeira queda anual desde 2016, embora os dados de dezembro mostrem sinais de estabilização, com alta de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

“A China precisa agir com ousadia para quebrar o ciclo deflacionário. Caso contrário, cairá numa espiral negativa”, disse Raymond Yeung, economista-chefe para China no Australia & New Zealand Banking Group, acrescentando que as empresas têm reduzido seus preços de venda e trabalhadores migrantes têm aceito salários mais baixos.

Yeung está entre os economistas que esperam cortes de juros para impulsionar a demanda interna e a confiança do consumidor, que permaneceu fraca durante o ano passado.

A maioria dos analistas consultados pela Bloomberg prevê que na segunda-feira (15) o Banco Popular da China irá reduzir os juros de referência de um ano pela primeira vez desde agosto, além de injetar mais dinheiro no sistema financeiro.

A deflação persistente também reduz o valor das exportações chinesas e as torna mais baratas para os consumidores estrangeiros. Em outubro, o índice de preços de exportação atingiu o nível mais baixo já registrado em uma série de dados iniciada em 2006.

Os preços dos alimentos caíram 3,7%, menos do que a queda de 4,2% registada em novembro. O núcleo da inflação — que exclui alimentos e energia — foi de 0,6% em dezembro, inalterado em relação a novembro.

“Os dados não aliviam realmente as preocupações deflacionárias na China”, disse Michelle Lam, economista para China do Société Générale, referindo-se aos preços ao consumidor e ao produtor. Ela destacou que o valor dos imóveis também tem caído, o que pode reduzir os gastos das famílias e gerar mais pressão de queda de preços.

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