China surpreende com corte de juros em novo estímulo para a economia

Embora modesta, a medida destaca a urgência das autoridades em reforçar uma economia que cresce no menor patamar em mais de um ano

Após a medida do banco central, os bancos chineses baixaram as suas principais taxas de juros de referência nesta segunda
Por Bloomberg News
22 de Julho, 2024 | 12:07 PM

Bloomberg — A China anunciou um corte surpresa de juros nesta segunda-feira (22), com o objetivo de ampliar o suporte à economia depois que a reunião do Partido Comunista não trouxe novos estímulos e frustrou investidores.

O Banco Popular da China cortou a taxa de recompra reversa de sete dias, uma importante taxa de juro de curto prazo, na primeira redução em quase um ano.

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Os bancos chineses seguiram a medida cerca de uma hora depois, baixando as suas principais taxas de juros de referência, tornando menos custoso o financiamento de hipotecas e demais empréstimos.

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Embora modestas, as medidas sublinharam a urgência das autoridades em reforçar uma economia que cresce ao ritmo mais lento em mais de um ano.

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Elas acontecem apenas um dia depois que o partido publicou um documento abrangente apoiando o plano do presidente Xi Jinping de colocar a tecnologia no centro do futuro econômico da China, tolerando ao mesmo tempo um crescimento mais lento no curto prazo.

“É um bom sinal de que o governo está tentando apoiar a economia, embora o impacto seja provavelmente limitado”, disse Vey-Sern Ling, diretor executivo da Union Bancaire Privee.

O índice CSI 300, de ações onshore da China, chegou a cair mais de 1% na mínima. O yuan offshore se enfraqueceu 0,1% em relação ao dólar, enquanto o índice Hang Seng China Enterprises, que lista papéis em Hong Kong, subiu 0,8%, depois de ter caído até 0,6% mais cedo.

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China corta taxa de juros

A Terceira Plenária, que é realizada duas vezes por década, confirmou na semana passada o desejo de Pequim de se abster de maciços estímulos econômicos, conforme a China procura reestruturar os motores de crescimento, se afastando de setores mais endividados, como o imobiliário.

Xi revelou planos para ajudar os governos locais endividados, mas as autoridades demonstraram pouca urgência em aumentar a procura ou travar uma crise imobiliária que pesasse sobre a segunda maior economia do mundo.

“Nem as reformas do Plenário nem as de 0,1 ponto percentual são o ‘big bang’ que o mercado deseja. Ainda assim, os movimentos avançam na direção certa e o fato de terem chegado juntos é um sinal de urgência”, afirmou a Bloomberg Economics num relatório divulgado nesta segunda-feira.

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“Embora os cortes de taxas de hoje ofereçam alguma garantia de que os formuladores de política monetária estão reagindo à recente perda de dinamismo econômico, o trabalho pesado terá de vir da política fiscal, e não da monetária”, afirmou Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics.

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