China mantém apetite por commodities apesar de fragilidade da indústria

Demanda por matéria-prima, como o minério de ferro, se mantém apesar dos indicadores mostrarem uma retração no setor industrial

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Bloomberg — Pesquisas econômicas recentes têm subestimado a resiliência do consumo de matérias-primas pela China, de acordo com a Capital Economics, que apontou para importações fortes e para as próprias avaliações da atividade da economia.

Os últimos indicadores de manufatura sugerem que o cenário para os fabricantes do país continua frágil: o índice oficial de gestores de compras divulgado no fim de semana encolheu em dezembro para o nível mais baixo em seis meses. Citando a pesquisa, o ANZ Group destacou que as empresas têm cortado os preços de venda diante da queda das encomendas, o que eleva os riscos deflacionários e a necessidade de mais estímulos do governo, de acordo com uma nota do banco.

Mas os preços mais baixos nas fábricas ainda não minaram o apetite da China pelas importações de commodities, que mantiveram o impulso nos últimos meses, em parte devido às expectativas de que as medidas do governo de Pequim para apoiar a economia irão aumentar o consumo. Essas apostas em matérias-primas como cobre e minério de ferro agora podem dar resultado.

A expansão do PMI do setor de construção em dezembro para uma máxima em seis meses reflete os maiores gastos estatais em infraestrutura, afirmou a Capital Economics em relatório, acrescentando que, “provavelmente, também há certo otimismo” de que o desaquecimento no setor imobiliário esteja perto do fim “com novas políticas de afrouxamento a caminho”.

A empresa de pesquisa de Londres espera “uma modesta recuperação cíclica do crescimento da China no primeiro semestre de 2024, o que deverá ser um fator de suporte à maioria dos preços das commodities”.

Financiamento

O Banco Popular da China injetou quase US$ 50 bilhões de fundos de baixo custo em bancos orientados para políticas no mês passado, sugerindo que a autoridade monetária poderia elevar o financiamento para projetos de habitação e infraestrutura que apoiem a economia.

A China antecipou as cotas de importação de petróleo para 2024, com uma alocação a refinarias e traders privados que quase corresponde a todas as permissões concedidas durante o ano passado.

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