China faz injeção de liquidez recorde no sistema financeiro

Operação é um sinal de que Pequim quer garantir que os credores estejam dispostos a apoiar uma maior emissão de títulos do governo

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Bloomberg — A China deu mais um passo para garantir custos de financiamento baixos e impulsionar a economia do país.

O Banco Popular da China fez uma injeção recorde de liquidez de curto prazo no sistema financeiro nesta sexta-feira (20), depois que um indicador de custos de captação no mercado interbancário atingiu o nível mais elevado desde abril.

A autoridade monetária chinesa ofereceu 733 bilhões de yuans (US$ 100 bilhões) líquidos aos bancos por meio de operações compromissadas de venda e recompra de títulos. E os credores chineses mantiveram estáveis a taxa preferencial de um ano, em 3,45%, e a de cinco anos, em 4,2%, segundo dados do BC chinês.

A operação é um sinal de que Pequim espera garantir que os credores estejam dispostos a apoiar uma maior emissão de títulos do governo e a conceder mais empréstimos aos clientes — medidas necessárias para reforçar o crescimento.

O BC chinês já cortou duas vezes juros de referência e a alíquota do depósito compulsório dos bancos e, no início desta semana, também fez a maior injeção de liquidez de médio prazo em quase três anos.

Isso sugere que a autoridade pode “tomar mais medidas para ajudar na implementação de estímulo fiscal”, disse Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang LaSalle. No entanto, as probabilidades de mais cortes de juro diminuíram, uma vez que o yuan permanece fraco e outros bancos centrais globais ainda estão hawkish.

As medidas de flexibilização da China já parecem surtir algum efeito. O PIB cresceu mais do que o previsto no terceiro trimestre e as vendas no varejo também superaram as estimativas.

O aporte do BC também pode ajudar a aliviar as preocupações do mercado com uma crise de liquidez. Governos regionais têm pago prêmios mais elevados para captar e as taxas bancárias de curto prazo dispararam.

As medidas também podem desempenhar um papel no equilíbrio do mercado de dívida soberana, que sofre saídas devido ao maior desconto de rendimento em relação aos Treasuries americanos desde 2002.

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