China está aberta a negociar sobre tarifas se EUA demonstrarem respeito, diz fonte

Pequim estaria disposta a negociar se o governo Trump aceitar certas condições, segundo fonte familiarizada com a visão do governo chinês ouvida pela Bloomberg News

Xi Jinping, presidente da China: Trump impôs à China tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos desde que assumiu o cargo
Por Bloomberg News
16 de Abril, 2025 | 12:05 PM

Bloomberg — A China quer ver uma série de medidas por parte do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de concordar com as negociações comerciais.

Entre as medidas, a China pede demonstração de mais respeito, com a contenção de comentários depreciativos feitos por membros do gabinete de Trump, de acordo com uma pessoa familiarizada com o pensamento do governo chinês ouvida pela Bloomberg News.

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Outras condições incluem uma posição mais consistente dos Estados Unidos e a disposição de abordar as preocupações da China em relação às sanções americanas e à questão de Taiwan, disse a fonte, que pediu anonimato para discutir temas internos.

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Pequim também quer que os Estados Unidos nomeiem uma pessoa como contato principal para as negociações, com o apoio do presidente e que possa ajudar a preparar um acordo que Trump e o líder chinês Xi Jinping possam assinar quando se encontrarem, disse a fonte.

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O destino da economia global e dos mercados financeiros depende, em grande parte, da capacidade dos Estados Unidos e da China de encontrar uma maneira de evitar uma guerra comercial prolongada.

Trump impôs à China tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos desde que assumiu o cargo, levando Pequim a retaliar e ameaçando acabar com a maior parte do comércio entre as maiores economias do mundo.

A rápida ofensiva das tarifas americanas gerou amplo apoio popular na China à retaliação, dando a Xi um incentivo político para rejeitar as repetidas exigências de Trump por um telefonema.

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Na terça-feira, o líder americano pediu novamente à China que entrasse em contato com ele a fim de iniciar negociações para resolver a disputa comercial.

De acordo com a pessoa familiarizada com o pensamento de Pequim, a pré-condição mais importante para qualquer negociação é que as autoridades chinesas estejam cientes de que tal engajamento será conduzido com respeito.

Comentários do vice-presidente

Embora a fonte não tenha identificado nenhum comentário específico de autoridades do governo, Pequim expressou recentemente notável descontentamento com os comentários do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, sobre “camponeses chineses”.

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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, chamou os comentários de “ignorantes e desrespeitosos” na semana passada, no que foi uma rara repreensão direta a um líder sênior dos Estados Unidos.

Além de exigir uma mensagem consistente do governo americano, as autoridades em Pequim também querem saber se Washington está pronta para abordar algumas das preocupações da China, observou a fonte.

A principal delas é a percepção predominante entre as autoridades chinesas de que os Estados Unidos implementaram políticas destinadas a conter e suprimir a modernização da China.

Nesta segunda-feira, o governo Trump proibiu a Nvidia de vender seu chip H20 na China, intensificando a disputa tecnológica com Pequim.

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