China eleva a aposta em energia renovável na ‘Nova Rota da Seda’, diz estudo

A iniciativa “Belt and Road” tem se voltado mais para a energia eólica e solar, segundo relatório da consultoria Wood Mackenzie

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Bloomberg — Depois de dez anos ajudando outros países a desenvolver grandes volumes de geração de energia, a iniciativa “Belt and Road” da China, também conhecida como a “Nova Rota da Seda”, se volta mais para as energias renováveis, de acordo com um novo estudo da Wood Mackenzie.

As energias renováveis representam 57% dos projetos no exterior atualmente planejados ou em construção, em comparação com 37% da capacidade construída na última década, disse o relatório.

A mudança ocorre num momento em que os preços das turbinas eólicas e dos painéis solares caíram e os governos aumentaram a pressão para se afastarem dos combustíveis fósseis.

“A China está mudando a sua estratégia global, por isso esperamos ver mais foco nas energias renováveis e mais investimento direto do que os empréstimos bilaterais que eram mais comuns nos primeiros anos da iniciativa”, disse Alex Whitworth, chefe da divisão de pesquisa de energia e renováveis da Wood Mackenzie para a Ásia-Pacífico.

O ramp-up (subida de produção) doméstico de energia limpa em Pequim continua em um bom ritmo e as instalações solares, eólicas, nucleares e hídricas deverão gerar este ano eletricidade suficiente para abastecer toda a França, de acordo com um relatório da semana passada do Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA).

A Wood Mackenzie identificou 128 gigawatts de capacidade de geração, representando cerca de US$ 200 bilhões em investimentos, que foram concluídos até 2023 por meio da iniciativa, anunciada pelo presidente Xi Jinping em 2013.

Outros 80 gigawatts de projetos estão atualmente planejados ou em construção, segundo a consultoria, principalmente na Ásia.

Outros 54 gigawatts foram suspensos ou cancelados, tanto devido a mudanças políticas, quanto a riscos comerciais, como inflação de custos ou pressupostos financeiros excessivamente otimistas. Cerca de 61% dos projetos cancelados envolviam carvão, depois de Xi ter anunciado em 2021 a proibição de novos projetos no exterior que utilizassem o combustível fóssil.

Ainda assim, Xi não forçou empresas ou bancos a cancelarem projetos existentes. Há 21 empreendimentos de carvão e 12 de gás natural em fase de planejamento ou construção, segundo Wood Mackenzie.

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