A China deve estabelecer sua meta de crescimento para 2024 em cerca de 5% na reunião anual dos legisladores esta semana, um objetivo bastante ambicioso para um governo que enfrenta graves desafios econômicos.
Quase todos os 27 economistas consultados pela Bloomberg sobre a próxima sessão anual da Assembleia Popular Nacional esperam o anúncio de uma meta de crescimento semelhante à de 2023, que será mais difícil de alcançar desta vez dada uma base de comparação mais elevada.
Economistas sondados em outra enquete mais ampla esperam que a economia chinesa cresça cerca de 4,6% em 2024.
O primeiro-ministro Li Qiang deve entregar seu primeiro relatório de trabalho do governo na terça-feira (5), delineando as principais metas econômicas, incluindo crescimento do PIB e déficit fiscal.
Estas metas podem servir de precursoras de políticas mais amplas de Pequim para este ano, em uma tentativa de combater a deterioração da confiança.
Os funcionários de alto escalão do governo têm sinalizado que provavelmente não contarão com estímulos massivos, dadas as preocupações com a criação de riscos sistêmicos, e haverá uma base de comparação mais difícil este ano, já que o crescimento de 2023 se beneficiou da reabertura pós-pandemia.
“As expectativas talvez não sejam realistas”, disse Erica Tay, economista do Maybank Securities. “As autoridades podem anunciar metas de crescimento ambiciosas, mas a economia continua pressionada pelo excesso de capacidade e pela crise imobiliária.”
A China provavelmente deve mirar um déficit fiscal menor de 3,28% do PIB este ano, ao mesmo tempo que aumentará a emissão de dívida soberana em mais de 20%, segundo os economistas consultados pela Bloomberg.
A quota de emissões dos governos locais deve permanecer praticamente inalterada em cerca de 4 biliões de yuans (US$ 560 bilhões). A meta para a taxa de desemprego urbano provavelmente também permanecerá em 5,5%.
O governo do presidente Xi Jinping enfrenta uma série de problemas estruturais, incluindo uma crise imobiliária persistente e deflação.
Dados recentes mostraram uma recuperação desigual na segunda maior economia do mundo: a queda nas vendas de imóveis continua e a atividade industrial teve contração pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, enquanto as viagens e o turismo aumentaram durante a semana de feriado recente.
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