Bowman diz que Fed deve agir ‘com cuidado’ para atingir a meta de inflação

As falas de Michelle Bowman, do Fed, vêm após ela afirmar na semana passada que vê a inflação permanecendo elevada por algum tempo

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Bloomberg — Michelle Bowman, membro do Federal Reserve, disse que o banco central dos Estados Unidos deve proceder “com cuidado e deliberadamente” à medida que os formuladores de políticas monetárias se aproximam da meta de inflação de 2% do Fed.

O comentário de Bowman, que disse na semana passada que espera que a inflação permaneça elevada por algum tempo, sugere que ela preferiria que o banco central se mova lentamente ao considerar quando reduzir os custos de empréstimos.

“É de suma importância que mantenhamos a credibilidade na busca de nossa luta contra a inflação, procedendo com cuidado e deliberadamente para atingir nosso objetivo de 2%”, disse Bowman em um discurso nesta sexta-feira (10) em Arlington, no estado do Texas.

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Uma série de formuladores de políticas monetárias ecoou nesta semana pedidos de taxas mais altas por mais tempo.

A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, disse que levará “mais tempo do que anteriormente pensado” para reduzir a inflação de forma sustentável para a meta de 2% do banco central, e o presidente de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que as taxas provavelmente permanecerão altas “por um período prolongado”.

Os banqueiros centrais dos EUA deixaram sua taxa de juros inalterada na semana passada no maior patamar em mais de duas décadas, onde estão desde julho do ano passado.

Após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os dados recentes de inflação não deram ao comitê mais confiança de que os aumentos de preços estão desacelerando para 2%. Ele não compartilhou sua opinião de quando espera que o banco central americano reduza as taxas.

Em um discurso para a Texas Bankers Association, Bowman também destacou os riscos com os imóveis comerciais — especialmente os escritórios — à medida que a pandemia de covid-19 levou a um aumento do trabalho remoto.

“Alguns bancos têm enfrentado um aumento nas inadimplências de empréstimos imobiliários comerciais, embora as taxas de inadimplência geralmente permaneçam baixas”, disse ela.

“Podemos ver quedas nos valores dos imóveis, redução dos fluxos de caixa do aluguel ou outras condições que possam levar a impairments em empréstimos ou portfólios de empréstimos imobiliários de alguns bancos, especialmente se esses vencerem e forem refinanciados a taxas de juros mais altas.”

Bowman também mencionou sinais de baixa liquidez no mercado de títulos. Ela acrescentou que “a liquidez no Tesouro dos EUA tem o potencial de ampliar ou atenuar os choques ao sistema financeiro.”

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