Bloomberg — O investidor bilionário Bill Ackman está apostando que o Federal Reserve (Fed) começará a reduzir as taxas de juros mais cedo do que aponta o consenso do mercado. Ele também disse ver sinais de que a economia norte-americana está enfraquecida e que corre risco de um pouso forçado se o Fed não começar a reduzir os juros em breve.
O fundador da Pershing Square Capital Management disse que essa medida poderia ocorrer já no primeiro trimestre. Os traders estão precificando um corte nas taxas em junho, com a chance de um corte em maio precificada em cerca de 80%, de acordo com dados do mercado de swaps.
O Fed começou a aumentar agressivamente as taxas em março de 2022, conduzindo o ritmo mais rápido de aumentos em 40 anos. Apesar da desaceleração da inflação nos EUA este ano, o banco central ainda não sinalizou um corte de taxas.
“O que está acontecendo é que a taxa real de juros, que é o que impacta a economia, continua aumentando à medida que a inflação diminui”, disse Ackman em uma entrevista ao programa “The David Rubenstein Show” da Bloomberg News.
Ackman também disse que se o Fed mantiver as taxas na faixa dos 5,5% quando a inflação estiver abaixo de 3%, “essa é uma taxa de juros real muito alta”.
O investidor disse a Rubenstein que não está convencido de que a economia dos EUA esteja caminhando para o chamado “pouso suave”, um cenário em que o Fed aumenta as taxas de juros sem desencadear uma recessão.
“Acho que há um risco real de um pouso brusco se o Fed não começar a reduzir as taxas muito em breve”, disse Ackman, observando que ele tem visto evidências de uma economia enfraquecida.
A Pershing Square, fundada por Ackman em 2004, administra cerca de US$ 17 bilhões em ativos, e ficou conhecida pelo ativismo dos acionistas, mas Ackman disse que prefere pensar em sua equipe como " acionistas engajados” de empresas.
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