Bloomberg — O empresário israelense Idan Ofer e sua esposa deixaram seus cargos no conselho da Universidade de Harvard, aumentando uma enxurrada de críticas sobre a posição da escola aos ataques do Hamas a Israel. Ofer e sua esposa Batia citaram “a falta de evidência clara de apoio da liderança da universidade para o povo de Israel” ao renunciar ao Conselho Executivo do Decano da Escola Kennedy de Harvard.
“Nossa fé na liderança da universidade foi quebrada e não podemos, de boa fé, continuar a apoiar Harvard e seus comitês,” disseram os Ofers em um comunicado.
A presidente de Harvard, Claudine Gay, que assumiu o cargo em julho, teve dificuldades para aplacar alguns críticos, incluindo inicialmente o ex-presidente da universidade, Larry Summers. Summers disse que estava “indignado” com o silêncio inicial de Harvard após mais de 30 grupos de estudantes emitirem uma declaração culpando a violência somente em Israel. Gay divulgou sua terceira declaração sobre os ataques na última quinta-feira, condenando “as atrocidades bárbaras cometidas pelo Hamas” — um grupo designado como organização terrorista pelos EUA e União Europeia — enquanto defendia a liberdade de expressão.
Em uma mensagem em vídeo intitulada “Nossas Escolhas”, Gay também rejeitou “assédio ou intimidação de indivíduos com base em suas crenças”. No início desta semana, o investidor e ex-aluno de Harvard, Bill Ackman, pediu à escola que nomeasse os estudantes nos grupos que apoiaram a declaração. Alguns estudantes retiraram seu apoio, dizendo que não leram a declaração antes de suas organizações assinarem.
Summers mais tarde moderou sua crítica após Gay se pronunciar de maneira mais enfática sobre os ataques.
Jason Furman, professor na Escola Kennedy de Harvard e ex-principal assessor econômico na Administração Obama, disse à Bloomberg Television que, inicialmente, houve algumas falhas de comunicação por parte de Gay, mas agora ela está “fazendo um ótimo trabalho ao fornecer clareza moral e tentando unir as pessoas”.
Campi universitários nos EUA foram agitados esta semana após o ataque do Hamas a Israel, que matou mais de 1.300. Vigílias, protestos e contraprotestos ocorreram, incluindo na Universidade de Columbia, já que o número de mortos pela ofensiva retaliatória de Israel já ultrapassou 1.500.
A Universidade da Pensilvânia, por sua vez, defendeu-se de acusações de antissemitismo feitas pelo doador e ex-aluno Marc Rowan, diretor executivo da Apollo Global Management, que está exigindo a renúncia de dois de seus líderes.
Ofer, principal proprietário do Quantum Pacific Group, é um dos israelenses mais ricos, com um patrimônio líquido de cerca de US$ 20 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaire Index. Ele tem interesses que vão desde o transporte marítimo até energia e esportes. Sua decisão de deixar seu cargo no conselho da Escola Kennedy foi reportada anteriormente pelo New York Post.
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