Bloomberg — O governo dos Estados Unidos vai remover Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, parte de uma série de medidas para flexibilizar a política dos Estados Unidos em relação ao país comunista, em uma tentativa de garantir a libertação de presos políticos.
A medida, anunciada por altos funcionários do governo sob condição de anonimato na terça-feira (14), enfrenta um futuro incerto com o presidente eleito Donald Trump de volta à Casa Branca na próxima semana.
O presidente Joe Biden também eliminará algumas proibições sobre transações financeiras com certas entidades cubanas. Em troca, os EUA esperam que Cuba liberte por motivos humanitários um número significativo de pessoas presas por protestos contra o governo em julho de 2021, um entendimento negociado com a ajuda da Igreja Católica, disseram as autoridades.
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As autoridades enfatizaram que a ação dos EUA é um gesto unilateral de boa vontade e disseram que antecipam que alguns prisioneiros serão libertados pelo governo cubano antes que Biden deixe o cargo na próxima segunda-feira (20). As autoridades não disseram quantos prisioneiros esperavam que fossem libertados como parte do acordo, mas os EUA acreditam que o governo cubano agirá rapidamente.
Biden emitirá uma isenção sob a Lei Helms-Burton que suspenderá a capacidade de indivíduos de apresentarem reivindicações em tribunais dos EUA sobre propriedades cubanas potencialmente expropriadas. E o presidente está rescindindo um memorando presidencial que cria uma lista restrita de titulares dentro de Cuba proibidos de algumas transações financeiras.
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Não está claro por quanto tempo a flexibilização da política permanecerá em vigor, dado que Trump tem sido um forte crítico do governo cubano e nomeou o senador republicano da Flórida Marco Rubio, filho de exilados cubanos, como seu secretário de Estado.
Autoridades do governo Biden disseram que a equipe de Trump terá a oportunidade de revisar a decisão de remover Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo.
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