Biden diz que Israel e Hezbollah chegaram a acordo de cessar-fogo

Acordo prevê trégua de 60 dias e abre caminho para um cessar-fogo permanente; Estados Unidos mediaram as conversas com o grupo militante libanês

Destroços após ataques em Beirute, no Líbano, em setembro de 2024 (Foto: AFP via Getty Images)
Por Hadriana Lowenkron - Galit Altstein
26 de Novembro, 2024 | 06:14 PM

Bloomberg — O presidente Joe Biden afirmou que Israel alcançou um acordo de cessar-fogo com o grupo militante libanês Hezbollah após semanas de negociações mediadas pelos Estados Unidos, e elogiou o acordo como um passo importante para encerrar um conflito que já matou milhares de pessoas.

Biden, que falou após conversar com os líderes de Israel e do Líbano, disse na Casa Branca nesta terça-feira (26) que todas as partes concordaram com um cessar-fogo de 60 dias que “acabará com o devastador conflito entre Israel e Hezbollah”.

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Mais amplamente, Biden afirmou que os Estados Unidos “continuam preparados para concluir uma série de acordos históricos com a Arábia Saudita, incluindo um pacto de segurança e garantias econômicas” para a região.

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Mais cedo nesta terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que levaria a proposta de cessar-fogo com o Líbano para votação em seu gabinete de segurança, que aprovou o acordo. Ele afirmou que Israel agora poderá focar na “ameaça iraniana” e aumentar a pressão em sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.

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A proposta de trégua veio após um dos principais enviados do Oriente Médio de Biden, Amos Hochstein, realizar negociações intensas entre Israel e o Líbano para tentar encerrar o conflito antes que o presidente eleito Donald Trump assuma a Casa Branca em janeiro. Tanto o Hezbollah quanto o Hamas são designados como organizações terroristas pelos Estados Unidos e por muitos outros países.

O acordo de pausa de 60 dias pode abrir caminho para um cessar-fogo mais duradouro após mais de um ano de combates que destruíram a área da fronteira entre Líbano e Israel e levaram Israel a bombardear partes de Beirute, além de outras cidades libanesas.

Nas horas que antecederam o discurso de Biden, a força aérea israelense realizou alguns dos ataques mais intensos em Beirute.

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As negociações para um cessar-fogo de longo prazo provavelmente serão difíceis. Israel exige que o Hezbollah retire seus combatentes e armas da região fronteiriça no sul do Líbano, com forças da ONU e do exército libanês patrulhando a área para garantir que isso aconteça.

Esses eram os requisitos de uma resolução da ONU, conhecida como 1.701, que encerrou a guerra de 2006 entre as duas partes.

Um obstáculo importante para a trégua neste conflito tem sido a insistência de Israel em manter o direito de continuar atacando posições do Hezbollah caso considere que o grupo esteja violando os termos de qualquer acordo de cessar-fogo.

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Netanyahu afirmou em suas declarações que a duração da trégua depende dos acontecimentos na região. “Se o Hezbollah decidir se rearmar, atacaremos”, disse.

Os preços do petróleo e do ouro caíram nesta semana, com os investidores otimistas de que a trégua ajudará a acalmar o Oriente Médio. O shekel israelense também se valorizou.

Cerca de 3.100 pessoas foram mortas no Líbano pelos ataques aéreos e ofensiva terrestre israelense nos últimos dois meses, e 1,2 milhão — mais de um quinto da população — foram deslocadas.

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