Bloomberg — A próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE) sobre a taxa de juros será “totalmente aberta”, embora os formuladores de políticas monetárias tenham muito mais informações para decidir se outro corte é necessário, de acordo com a presidente Christine Lagarde.
“A questão de setembro e do que faremos em setembro está totalmente aberta e será determinada com base em todos os dados que receberemos”, disse Lagarde aos jornalistas depois que o BCE manteve sua taxa em 3,75%.
Ela disse que as autoridades estudaram os três elementos cruciais que sustentam suas perspectivas para a inflação – crescimento dos salários, margens de lucro das empresas e produtividade – e que “teremos muito mais disso nas próximas semanas e meses”.
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“Se esses dados realmente confirmarem o processo desinflacionário que está em curso no momento, isso reforçará nossa confiança” no retorno do crescimento dos preços ao consumidor para a meta de 2% no final de 2025, conforme previsto atualmente, disse Lagarde nesta quinta-feira (18).
Após o corte histórico do mês passado, o BCE está avaliando se a inflação da zona do euro está esfriando o suficiente para permitir novos movimentos. Embora em junho tenha havido uma pequena queda de 2,6% para 2,5%, as pressões subjacentes se mantiveram firmes e o avanço nos custos de serviços ultrapassou novamente os 4%.
Os formuladores de políticas monetárias têm sido cautelosos em seus planos. Porém, nas últimas semanas, vários deles endossaram provisoriamente as apostas do mercado para mais uma ou duas reduções este ano.
A expectativa é que eles estejam prontos para a primeira na próxima reunião, daqui dois meses.
Até lá, eles terão novas previsões econômicas e mais duas leituras de inflação, bem como números sobre salários, lucros e produtividade.
Também pode haver mais clareza sobre as intenções do Federal Reserve, com os mercados prevendo um primeiro corte nos custos de empréstimos dos EUA na semana seguinte à reunião de setembro do BCE.
Porém, embora a inflação esteja, em geral, recuando, há sinais de que a recuperação da economia de 20 membros da zona do euro está perdendo força com as taxas ainda elevadas. A turbulência política na França e em todo o mundo não está ajudando.
Em uma pesquisa feita este mês, os economistas previram cortes trimestrais nas taxas – para coincidir com as reuniões de política monetária que incluem projeções atualizadas. Eles veem o ciclo culminando no outono de 2025, com a taxa de juros chegando a 2,5%.
-- Com a colaboração de Marilen Martin, Christoph Rauwald, Celine Imensek, Alessandra Migliaccio, Chiara Albanese, Jennifer Duggan, William Horobin, Bastian Benrath-Wright e Constantine Courcoulas.
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