BCE decide manter juros e mercado de swaps já aposta em corte em 2024

Assim como o Federal Reserve nos EUA, contudo, o Banco Central Europeu não descarta novos aumentos, caso a inflação não diminua rápido o suficiente

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (26)
Por Jana Randow - Alexander Weber - Sotiris Nikas
26 de Outubro, 2023 | 11:29 AM

Bloomberg — O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juros inalteradas pela primeira vez em mais de um ano, enquanto avalia se sua série de aumentos conseguirá conter a inflação.

Depois de elevar a taxa básica para um recorde de 4% no mês passado, a autoridade monetária da zona do euro decidiu fazer uma pausa nesta quinta-feira (26), conforme as previsões de todos os economistas consultados pela Bloomberg.

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Manter os juros neste nível por tempo suficiente dará uma “contribuição substancial” ao objetivo de trazer a alta de preços ao consumidor de volta à meta de 2%.

Assim como o Federal Reserve nos Estados Unidos, o BCE não descarta novos aumentos, caso a inflação não diminua rápido o suficiente. Mas há pouca dúvida entre economistas e investidores de que o pico de juros da zona do euro já foi alcançado após 10 altas consecutivos dos juros desde julho de 2022.

As apostas do mercado agora são sobre quando chegarão os primeiros cortes de juros. Os swaps já sinalizam um corte de 0,25 ponto percentual em junho do ano que vem.

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As autoridades não deram muitas pistas, concentrando-se, em vez disso, em outro tema importante: os 1,7 trilhão de dólares da carteira de títulos acumulados durante a pandemia em um programa conhecido como PEPP.

A compra de títulos pela autoridade monetária foi uma forma de injetar liquidez na economia, e a diminuição da carteira terá o efeito contrário. É uma outra forma de fazer política monetária, conhecida como flexibilização quantitativa quando um BC compra dívida e coloca dinheiro no mercado, e como aperto quantitativo quando vende os títulos e retira dinheiro do sistema.

Para complicar a tarefa do BCE, as tensões no Oriente Médio aumentaram os riscos de uma alta do petróleo, que pode impulsionar a inflação.

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Por outro lado, o fim do programa de compra de títulos pode complicar as contas pública da Itália, que já preocupam os investidores. E qualquer aperto — de juros ou quantitativo — pode ter um impacto negativo sobre a economia já cambaleante da zona do euro.

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