BC da China não vê passos ‘drásticos’ para impulsionar o crescimento

Em raras entrevistas, autoridade monetária da segunda maior economia do mundo ofereceu uma visão sobre como avalia as políticas

Segundo o presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, o PBOC continuará a manter uma postura de política monetária acomodativa
Por Bloomberg News
16 de Agosto, 2024 | 10:01 AM

Bloomberg — O presidente do banco central da China prometeu tomar mais medidas para apoiar a recuperação econômica do país, mas alertou que não serão passos “drásticos”.

A mídia estatal chinesa publicou uma série de entrevistas na quinta-feira (15) com o presidente do Banco Popular da China (PBOC), Pan Gongsheng, após indicadores-chave para julho sugerirem que o crescimento econômico do país continua fraco.

Os ganhos das vendas no varejo seguem moderados, enquanto os investimentos desaceleraram, destacando um desaquecimento da demanda doméstica em meio a uma prolongada crise no mercado imobiliário.

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O PBOC fortalecerá os esforços para implementar efetivamente as políticas monetária e financeira introduzidas neste ano, e novas medidas serão tomadas de acordo com os requisitos do Conselho de Estado, disse Pan em entrevista à emissora estatal China Central Television.

Garantir a estabilidade da inflação e promover uma recuperação moderada dos preços são considerações importantes, disse Pan, em aparente referência aos persistentes riscos deflacionários.

As entrevistas oferecem uma rara visão sobre como o líder do banco central da segunda maior economia do mundo avalia as políticas.

O presidente do BC chinês raramente fala com a mídia ou em público, embora tenha aparecido um pouco mais neste ano, ao anunciar um corte surpresa de juros em uma conferência de imprensa em janeiro e apresentar uma nova estrutura de política monetária em um discurso em junho.

O banco central estudará políticas adicionais em reserva e apoiará medidas fiscais proativas, disse Pan em outra entrevista à agência de notícias Xinhua, mas não entrou em detalhes. Ao mesmo tempo, é importante manter a paciência e a estabilidade das políticas, bem como abster-se de qualquer “aperto ou afrouxamento drástico”, disse.

“Um aperto drástico não faria sentido dadas as condições econômicas atuais”, disse Neo Wang, diretor-gerente de pesquisa para China na Evercore ISI, em Nova York. “‘Nenhum afrouxamento drástico’ deveria ser sua única mensagem.

Considerando os próximos cortes de juros pelo Federal Reserve, acreditamos que isso indica reduções moderadas nas taxas prime de empréstimo. Nosso cenário-base é de duas ou três reduções de 10 pontos-base antes do final do ano, dependendo do desempenho econômico da China no terceiro trimestre.”

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O PBOC reduzirá gradualmente seu foco em metas quantitativas e dará mais ênfase ao papel das ferramentas de ajuste relacionadas aos preços, como as taxas de juros, enriquecendo sua caixa de ferramentas de política monetária, disse Pan.

Autoridades chinesas há muito se apoiam em orientações para instituições financeiras para acelerar ou reduzir sua oferta de crédito como um canal-chave para afetar a economia.

Mas o PBOC também estabeleceu há algum tempo o objetivo de elevar a importância das taxas de juros, que são as principais ferramentas utilizadas pelos bancos centrais de países desenvolvidos.

O PBOC continuará a manter uma postura de política monetária acomodativa, acrescentou Pan. Ele também disse que o sistema financeiro da China é relativamente estável e que o risco geral diminuiu significativamente.

Embora Pan não tenha dado muitos detalhes sobre as políticas voltadas para o setor imobiliário, reiterou que o PBOC está oferecendo um programa de realocação de crédito para ajudar a financiar as compras de imóveis não vendidos por governos locais.

A proporção da entrada para empréstimos hipotecários caiu para o nível recorde de 15%, e as taxas de juros também estão muito baixas, afirmou.

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