Avião da American Airlines colide com helicóptero perto do aeroporto de Washington

Jato da Bombardier operado pela PSA Airlines com 64 pessoas a bordo se aproximava do aeroporto Ronald Reagan quando houve o acidente; autoridades trabalham em resgate e não informaram sobre vítimas

Operação de resgate em busca de sobreviventes após acidente de avião da American Airlines em Washington DC
Por Allyson Versprille - Mary Schlangenstein
30 de Janeiro, 2025 | 06:47 AM

Bloomberg — Um jato regional da American Airlines, operado pela PSA Airlines, colidiu em um acidente no ar com um helicóptero militar enquanto voava para o Aeroporto Nacional Ronald Reagan em Washington DC, o que levou a uma operação emergencial de busca e resgate de sobreviventes no rio Potomac na noite de quarta-feira (29).

O jato regional CRJ700, da canadense Bombardier, que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, vindo de Wichita, no estado do Kansas, se aproximava da pista do aeroporto quando atingiu o helicóptero Sikorsky H-60 Black Hawk, com três militares a bordo, pouco antes das 21 horas no horário local.

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As equipes de resgate trabalharam noite adentro no resgate em meio aos destroços, disseram as autoridades em uma entrevista coletiva. Eles se recusaram a dizer se alguém sobreviveu ao acidente, status que permanecia às 6h45 de Brasília (4h45 no horário local).

“Estamos aguardando informações mais concretas que indiquem o que aconteceu e como aconteceu”, disse o senador republicano Jerry Moran, do Kansas, durante a entrevista coletiva. “Mas o mais importante é que esperamos que haja sobreviventes.”

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A aeronave envolvida normalmente acomoda 65 pessoas e é geralmente usada para viagens mais curtas. Moran disse que a rota específica é um voo com o qual ele está “muito familiarizado”, tendo voado de Wichita para o aeroporto Reagan “muitas vezes”.

O jato voava a 228 km/h, cerca de 400 pés acima do rio Potomac, na aproximação para o pouso na pista 33 do aeroporto Reagan, quando os dados pararam de ser registrados, de acordo com dados do Flightradar24.

O aeroporto Ronald Reagan suspendeu todas as decolagens e as aterrissagens de aeronaves depois do acidente, informou o operador do aeroporto. O aeroporto disse que permaneceria fechado até pelo menos 11 horas da manhã de sexta-feira (31) no horário local.

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Equipes de emergência foram enviadas para o aeroporto e avisos em vermelho vivo piscavam nas telas dos terminais, alertando os passageiros de que uma emergência havia levado ao cancelamento de voos.

A missão de resgate enfrentou dificuldades porque ventava muito na área e havia pedaços de gelo na água, enquanto os socorristas trabalhavam na fuselagem da aeronave, disse o chefe do Corpo de Bombeiros e dos Serviços Médicos de Emergência, John Donnelly, na entrevista coletiva.

“É simplesmente perigoso e difícil de trabalhar”, disse Donnelly. “Não há muitas luzes e você procura em cada centímetro quadrado do espaço para ver se encontra alguém. Os mergulhadores estão fazendo a mesma coisa na água, que está escura, turva, e essa é uma condição muito difícil para eles mergulharem.”

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O último avião de passageiros a cair nos EUA foi o voo 3407 da Colgan Air perto de Buffalo, Nova York, em 2009. O voo, que transportava 45 passageiros, era uma aeronave regional da Continental Airlines.

A American Airlines disse que está em contato e auxiliando os socorristas. A companhia aérea também criou uma linha gratuita de informações para os familiares dos passageiros do voo.

A American Eagle é uma rede de seis companhias aéreas regionais que operam para a companhia aérea maior, três das quais são de propriedade da American. A PSA Airlines, que operava o voo, é a menor dessas três e usa 130 aeronaves em uma média de 600 voos diários. Sua sede é em Dayton, no estado de Ohio.

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O National Transportation Safety Board conduzirá a investigação, auxiliado pela Federal Aviation Administration (FAA). O NTSB disse que enviou uma equipe de resposta rápida para trabalhar na investigação.

Reação de Trump

O incidente é um teste imediato para a administração do presidente Donald Trump em sua segunda semana no cargo.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, foi empossado em seu cargo há poucos dias, e Sean Duffy, que como secretário de Transportes supervisiona a FAA, foi confirmado na terça-feira (28). A FAA não tem um administrador no momento, depois que Mike Whitaker deixou o cargo no dia da posse de Trump.

Trump expressou reação de questionamento em relação às causas da colisão, dizendo em um post no Truth Social que o avião estava em uma linha de aproximação “perfeita e rotineira”.

“O helicóptero esteve na direção do avião por um longo período de tempo”, escreveu ele. “É uma NOITE CLARA, as luzes do avião estavam acesas, por que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou?”

Policiais no Aeroporto Nacional Ronald Reagan em Washington (Foto: Tierney L. Cross/Bloomberg)

Duffy, que também falou durante a reunião, está no cargo há pouco mais de um dia. Ele disse que, embora seja muito cedo para dizer o que causou o acidente, haverá “uma revisão do que aconteceu aqui esta noite e, depois que a FAA estudar o que aconteceu, tomaremos as medidas apropriadas, se necessário, para modificar as rotas e permissões de voo”.

O Aeroporto Ronald Reagan fica na verdade em Arlington, no estado vizinho da Virgínia, do outro lado do rio da capital do país e ao sul do Pentágono. Há anos, o Exército tem realizado missões noturnas e diurnas com helicópteros nos céus da Virgínia do Norte, perto do aeroporto.

Trump disse na noite de quarta-feira que havia sido “totalmente informado” sobre o incidente e que estava monitorando a situação.

“Forneceremos todos os recursos necessários durante a recuperação”, disse Duffy.

O acidente reavivou as lembranças de um desastre aéreo ocorrido em janeiro de 1982, quando um Boeing 737 da Air Florida lutou para ganhar altitude após decolar com gelo nos motores e nas asas, bateu na ponte da 14th Street e depois se chocou contra o rio Potomac congelado. Setenta e quatro pessoas que estavam a bordo do avião morreram.

-- Com a colaboração de Siddharth Philip, Danny Lee, Skylar Woodhouse, John Harney, Derek Wallbank, Richard Clough e Tony Capaccio.

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