Bloomberg — Um ataque contra os foliões que comemoravam o Ano Novo em Nova Orleans colocou a segurança doméstica dos Estados Unidos de volta no centro das atenções menos de um mês antes da posse de Donald Trump como presidente.
A tragédia, que matou pelo menos 15 pessoas e feriu outras dezenas, provocou pânico no histórico French Quarter e adiou eventos, inclusive um grande jogo de futebol americano.
Horas depois, uma explosão de um carro da Tesla do lado de fora do hotel do presidente eleito Trump em Las Vegas abalou ainda mais os americanos em 2025.
Os incidentes, que são investigados pelo FBI, levaram a declarações de Trump, do presidente Joe Biden e de outras autoridades seniores dos EUA.
Elon Musk também se manifestou, e disse, sem oferecer evidências, que a explosão do carro da Tesla parecia ser um ato terrorista que poderia estar ligada ao ataque de Nova Orleans.
Trump, que tomará posse em 20 de janeiro, sempre culpou os imigrantes pelo crime nos Estados Unidos. O suspeito do ataque de quarta-feira em Nova Orleans era americano e serviu no Exército.
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Ao se dirigir aos repórteres na noite de quarta-feira (1º), Biden ofereceu condolências às famílias das vítimas e disse que as autoridades investigam se havia alguma ligação entre os incidentes.
“A situação é muito fluida”, disse Biden, ao acrescentar que o suspeito do ataque em Nova Orleans postou vídeos nas mídias sociais e indicou que ele foi inspirado pelo ISIS. “A comunidade de inteligência continua a procurar por quaisquer conexões, associações ou outros conspiradores.”
Bandeira do ISIS
Enquanto as autoridades vasculhavam a cena do crime na quarta-feira no histórico French Quarter de Nova Orleans, elas disseram ter descoberto uma bandeira do ISIS com a caminhonete que atravessou a multidão.
Dois dispositivos explosivos improvisados foram encontrados no veículo do suspeito, de acordo com um oficial informado sobre os acontecimentos, que pediu para não ser identificado. Outros possíveis explosivos improvisados também foram encontrados no bairro French Quarter, informou o FBI.
O FBI também alertou que o suspeito, Shamsud-Din Jabbar, pode não ter agido sozinho. As autoridades disseram que o veterano do Exército, de 42 anos, morador do Texas, foi morto no local.
Na tarde de quarta-feira, a investigação do FBI havia se expandido para Houston e as autoridades pediram ajuda às pessoas com qualquer pista. As autoridades disseram que trabalham para determinar quaisquer associações ou afiliações potenciais que Jabbar possa ter tido com grupos terroristas.
“Não acreditamos que Jabbar tenha sido o único responsável”, disse Alethea Duncan, agente especial assistente do FBI responsável por Nova Orleans, em uma coletiva de imprensa. “Estamos investigando todas as pistas, inclusive as de seus associados conhecidos. É por isso que precisamos da ajuda do público”.
Nova Orleans é conhecida por suas comemorações de Ano Novo, que atraem milhares de pessoas todos os anos para o French Quarter, com música ao vivo e fogos de artifício.
A cidade estava programada para sediar o Sugar Bowl do futebol americano universitário no Caesars Superdome na quarta-feira, com um desfile pelo French Quarter. O desfile foi adiado para quinta-feira.
Las Vegas
Enquanto isso, no incidente de Las Vegas, a polícia disse que um Cybertruck parou na entrada do hotel Trump Las Vegas e que a fumaça saiu do veículo antes de uma grande explosão. As autoridades disseram que o motorista está morto e há sete pessoas com ferimentos leves.
Musk, CEO da Tesla e aliado próximo de Trump, disse em uma postagem na mídia social que a empresa “confirmou” que a explosão do Cybertruck foi “causada por fogos de artifício muito grandes e/ou por uma bomba transportada na caçamba” e não estava “relacionada ao veículo em si”.
Ele sugeriu que o incidente poderia estar ligado ao ataque em Nova Orleans, acrescentando que a explosão do Cybertruck parecia "provavelmente ser um ato de terrorismo".
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